Lá pras bandas do Ipanema
Vou contar o que se passou
Com o jovem Dorvalino
Que ali é morador,
Um dia foi na cidade
Na hora que ele voltou
Numa altura do caminho
Uma moça ele encontrou
Duma beleza tão rara
Que ele se admirou. . .
Ao ver aquela formosura
Seu coração balançou
Por capricho do destino
Da tal moça ele gostou,
E chegando perto dela
Com agrado ele falou
Se você não levar a mal
Pare um pouco por favor
Que eu quero lhe conhecer
Pra lhe contar quem eu sou. . .
Na ponte do Rio Ipanema
Pararam pra conversar
A moça virou e disse
Preciso me retirar,
Mas deixo o meu retrato
Pra de mim você lembrar
Também deixo o endereço
Se quiser me namorar
Sou filha do Zé Inácio
Que pode me te autorizar. . .
O rapaz naquela noite
Não dormiu de alegria
Aquela feição tão linda
Da idéia não saia,
Pra falar com o pai da moça
Ele foi no outro dia
Chegando na casa dela
Mostrou a fotografia
Seu Inácio eu vim aqui
Pedir a mão da vossa filha. . .
Ao saber dessa noticia
O velho estremeceu
Naquela face enrugada
Duas lágrimas correu
Pegando aquele retrato
Pro rapaz respondeu:
Essa é a minha filha
Que foi morar lá com Deus
Nas águas do Rio Ipanema
Faz um ano que morreu. . .