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As Asas da Garça Branca

Sulino e Marrueiro

Numa Sexta feira santa saiu o João Caçadô
dos conselhos dos amigos fez pouco caso, abusou
a sua filhinha amada na despedida beijou
botou a espingarda no ombro e pra mata enveredou

Chegando lá num banhado uma garça ele avistou
sabendo que era pecado mesmo assim ele atirou
quando pôs a mão na caça o seu coração gelou
o remorso do pecado uma desgraça avisou

Voltou pra casa correndo quando na porta chegou
viu sua filhinha amada que tão alegre deixou
estava morta sobre a mesa toda coberta de flor
foi um castigo do céu pro erro que praticou

Chorando de arrependido de pranto a filha banhou
as asas da garça branca junto ao caixão colocou
aquele anjo inocente nas asas pro céu levou
o pedido de perdão para o seu pai pecador

Lá dentro do campo santo quando seu corpo baixou
uma cena comovente o povo presenciou
aquele anjinho inocente do túmulo se levantou
com as asas da garça branca lá pro céu ela voou.







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