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Abismo De Ilusões

Sulino e Marrueiro

Mulher ingrata o seu rosto descorado
Já não esconde o desgosto que sofreu
Se você fez de sua vida um mercado
Esse destino você mesma escolheu

Você já teve um serto lar como abrigo
E teve um homem que outrora lhe quiz bem
Mas por vaidade desprezou o lar antigo
Para viver entre as mulheres de ninguém.

Naquele dia quando você foi embora
Desesperado chorei lágrimas de dor
E nunca mais esqueci a triste hora
Que para sempre eu fiquei sem seu amor

O meu consolo é abraçar nossa filhinha
Que tanto chora por quê não pode te ver
Pra meu martírio essa pobre coitadinha
A todo instante me pergunta por você.

(declamado)
Papaizinho,onde esta minha mãezinha
Todas criâcinhas tem mãe só eu que não tenho a minha

Não chore filhinha ,enxugue os olhinhos seus
sua mãezinha querida foi para o céu junto à Deus.

(cantado)
Mulher ingrata é impossível que no leito
Você consiga repousar na santa paz
É impossível que não doa em seu peito
A negra mancha que só a morte desfaz

A boemia é um abismo de ilusões
Onde os boêmios sepultam a moral
No fim da vida em crueis desilusões
Todos recebem o castigo do seu mal.
...

Composição: Benedito Seviero, Sulino, Marrueiro





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