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Biografia de Sula Miranda

Suely Brito de Miranda, conhecida como Sula Miranda (São Paulo, 12 de novembro de 1963) é cantora e apresentadora brasileira. Sua mãe, Maria José conheceu Mário, no Rio de Janeiro, onde se casaram. Tiveram três filhas. As três têm aproximadamente dois anos de diferença entre si.

Sula nasceu com um sério problema na laringe. Por ser estreita demais, dificultava a passagem dos alimentos. Para complicar, tinha o timo aumentado, uma glândula situada na parte inferior do pescoço, dificultando qualquer tipo de alimentação. Qualquer secreção na saliva era suficiente para que a recém-nascida engasgasse, colocando em risco sua vida. Era uma situação muito difícil, que obrigava uma constante vigilância, principalmente à noite, quando os pais se revezavam na cabeceira de Sula.

Examinada por uma junta de vinte médicos quando tinha um mês de vida, a conclusão foi que Sula deveria se submeter a uma traqueostomia (cirurgia com que se estabelece comunicação entre a traquéia e o exterior), que a condenaria a passar o resto de sua vida com uma abertura externa na garganta, por onde falaria. Sua mãe, porém, não permitiu a operação. Entregou o caso a Deus, mesmo sabendo dos riscos de vida que a filha corria.

O pediatra Dr. Jayme Murahovschi que acompanhava a doença de Sula resolveu tentar um tratamento à base de fortes antibióticos. Corria riscos com esse tratamento, mas havia chances de cura. Deu certo. Hoje o Dr. Jayme Murahovschi, costuma citar esse caso aos seus alunos, além de ter o carinho, a gratidão e a confiança de Sula, ele é também o pediatra de seu filho Natan. O pediatra até hoje não entende como Sula virou cantora. A chance de que ela tivesse uma vida normal não era grande, mas ela conseguiu mais do que isso.

Durante toda infância Sula morou no bairro do Ipiranga, em um sobrado que tinha um salão grande na parte inferior. As brincadeiras vividas pelas irmãs nesse ambiente podem ter influenciado bastante na carreira artística delas. Por causa dos problemas de saúde de Sula, aliados a um excessivo ciúme das filhas, o pai não permitia que elas brincassem como outras crianças nas ruas.

Por conta disso, Seu Mário volta e meia chegava do trabalho carregado de brinquedos e instrumentos musicais; tudo para que as meninas ficassem sempre em casa. As três gostavam muito de tocar os cantores da Jovem Guarda na vitrolinha que ganharam do pai. Dançavam, tocavam instrumentos e cantavam o tempo todo.

Das brincadeiras musicais participavam também as amiguinhas do bairro. Era uma algazarra tão grande que deixavam à mãe e as empregadas da casa enlouquecidas. No meio de tanta música e instrumentos musicais, todas se dedicaram ao aprendizado de violão. Sula aprendeu também um pouco de piano. Com 16 anos, Maria Odete (Gretchen) resolveu dar aulas desse instrumento.

Uma de suas alunas, chamada Paula, acabou se tornando grande amiga das três irmãs. Este relacionamento de amizade gerou a criação de um grupo musical “As Mirandas”.

Começou sua carreira musical no grupo "As Mirandas" (mais tarde se chamaria As Melindrosas) do qual fazia parte também sua irmã, Maria Odete Miranda, mais conhecida como Gretchen. No final dos anos 70, Sula, suas duas irmãs e uma amiga formaram o conjunto "As Melindrosas”. Fizeram grande sucesso perante o público infanto-juvenil, vendendo um milhão de discos e tiveram vários discos gravados. O sucesso as levou  a fazer um filme, uma comédia musical chamada "É proibido beijar as Melindrosas".

A fase de adolescência de Sula foi marcada pela participação no conjunto. Sua carreira no conjunto durou três anos.

Ficou afastada da vida artística por quatro anos e depois deste período, decidiu então entrar para o mundo sertanejo que naquele período passava por grandes transformações.

Há algum tempo a música sertaneja vinha sendo renovada. Chitãozinho & Chororó, Milionário e José Rico e Sérgio Reis, entre outros, vinham dando uma nova feição a esse estilo de música, conquistando públicos diferentes daqueles que acompanhavam as tradicionais duplas.

Sula percebeu que poderia apostar naquele caminho novo e promissor. Gravou uma fita com músicas sertanejas, elaborou um projeto visual diferenciado e foi à luta, atrás de quem poderia ajudá-la. Não foi fácil. Até o primeiro disco nessa nova fase, Sula percorreu inúmeras gravadoras.

Após três anos nessa busca, finalmente acabou encontrando sua oportunidade na gravadora 3M. Eles  estavam procurando justamente o que Sula oferecia.

Iniciou carreira solo, estava nascendo Sula Miranda, nome que passou a adotar a partir de então. Sula assinou contrato com a 3M  e lançou seu primeiro disco, em julho de 1986. Em outubro desse ano, já era recorde de vendas. O sucesso de Sula estava traçado desde o início. Ela veio no movimento de renovação que a música sertaneja estava tendo.

Era jovem, talentosa e cheia de garra, o novo gênero tomou conta dos programas de rádio e televisão. O sertanejo-urbano, mistura da tradicional música caipira com toques de modernidade nos temas e na introdução de instrumental eletrônico. E assim, ela estava preparada para buscar o seu objetivo.

Sula teve a felicidade de encomendar uma música a Joel Marques, compositor consagrado, a canção "Caminhoneiro do Amor".  Em dois meses, todas as rádios estavam tocando essa música. Logo no lançamento, as vendas atingiam 250 mil cópias. Aproveitando o embalo, Sula gravava um vídeo-clipe para a televisão. Era a sua consagração. Os convites para shows não paravam de chegar.

Era o sucesso e Sula sabia que tinha que aproveitar. Chegava a fazer 25 shows por mês. Gravou muitos compositores famosos e conceituados ao longo dos anos. Participou de vários programas de rádio e televisão.

Sempre teve forte presença no palco. Atraía públicos de 30 mil a 100 mil pessoas em cada espetáculo. Com seu carisma, prestígio e credibilidade foi uma das cantoras do estilo sertanejo, mais requisitada do país, para anúncios e campanhas publicitárias. Sua marca foi licenciada para diversos produtos. Montou uma grife e abriu 40 lojas franqueadas por todo país com grande sucesso por muitos anos.

Sula Miranda também teve sua vida registrada em um home vídeo que foi lançado em todo país, e que.
veio atender a enorme expectativa de seus fãs, que ansiavam há tempos por conhecer a trajetória da vida pessoal e profissional da artista.

Sula fez da cor rosa um símbolo em sua carreira. Virou mania. Essa cor, porém, apareceu por acaso na vida dela. No início da sua carreira, Sula alugou uma casa para instalar seu escritório. Chamou um pintor e pediu que ele pintasse as paredes na cor bege, em um tom bem claro. O pintor errou a cor e acabou pintando cor de rosa. A partir desse fato a vida de Sula mudou, e a cor rosa passou a fazer parte da sua vida e marketing durante o período em que atuou como cantora.

Seu primeiro CD solo foi gravado em outubro de 1986 pela gravadora 3M e vendeu 250 mil cópias além de dar á cantora o título de "Rainha dos Caminhoneiros". Recentemente, Sula Miranda gravou um cd de músicas gospel pela gravadora Line Records.

Em 1998, durante a sua gravidez, Sula resolveu fazer um curso de decoração para adquirir mais conhecimentos nesse segmento.  Já havia concluído aos 19 anos o curso de Educação Artística na faculdade de Belas Artes. Começou atuar na área de decoração assumindo vários projetos. No ano de 1999 associou-se a duas arquitetas, Isabela Nalon e Gigi Gorenstein.

Em 2000 cedeu sua casa de Campos de Jordão para uma mostra de decoração, nessa oportunidade Sula aprimorou seus conhecimentos e abriu novas portas para atuar, obtendo grande sucesso como decoradora.

O que era um hobby acabou virando profissão. Hoje Sula atua também nessa área, realizando projetos por todo país.

No projeto de ambientação do living, decorado por Sula Miranda, Isabela Nalon e Gigi Gorenstein na 7ªMoad, priorizou-se a preservação da natureza, mantendo uma árvore dentro do espaço e o conceito de uma decoração voltada a um ambiente campestre. A leveza do ambiente é dada pelo uso de vidros na lareira, redoma da árvore e bay windows. Os materiais usados enfatizam o rústico, porém com muito estilo e requinte.

O famoso ônibus que acompanhou Sula em suas turnês pelo país também recebeu seus toques de decoradora, tanto na compra como na venda.

Sula Miranda já trabalhou na Rádio Record AM onde tinha um programa denominado "Rumo Certo". Em 1990 estreou na televisão com o programa "Roda Brasil" na Rede Record. Em 1991, Sula Miranda foi convidada para apresentar o programa "Sula Miranda" no SBT. Em 1993 voltou para a Rede Record apresentando um programa também chamado "Sula Miranda".

Já em 1995 trocou a Rede Record pela CNT, onde comandou o "Sula Miranda Show" e em 1996 mudou para a Rede Manchete. Em 2001 foi para a RedeTV!, apresentando o programa "Elas", direcionado ao público feminino e algum tempo depois estreou na Rede Mulher o "Ser Tão Mulher", também direcionado ao público feminino.

O início de sua carreira como locutora, deu-se na Rádio Record com o programa "Rumo Certo". Anos depois, após já ter seguido a carreira como apresentadora, retorna a Rádio Capital apresentando diariamente, durante a programação da emissora, vários boletins de caráter informativo, voltados exclusivamente ao caminhoneiro.

Em 2003, teve um programa musical e variedades na rádio Tupi. Devido ao grande sucesso como cantora, Sula resolveu apostar na carreira de apresentadora de televisão.

Começou em 1990 contratada por Goulart de Andrade para comandar um programa dedicado aos caminhoneiros, onde ela mostrava através de reportagens externas a vida desses profissionais da estrada, o programa "Roda Brasil" era transmitido pela Rede Record de Televisão. Foi quando Sula resolveu investir em um "programa piloto", um programa musical onde mostrava neste trabalho, seu potencial enquanto apresentadora. Essa fita foi enviada para várias emissoras de televisão, sem qualquer retorno positivo.

Apenas em 1991, um ano depois, após ganhar o Troféu Imprensa como melhor cantora de música sertaneja, Sula foi chamada. pelo SBT para apresentar o programa "Sula Miranda", um programa musical dedicado exclusivamente à música sertaneja, onde obteve grande sucesso e mostrando que a partir dai poderia atuar e crescer como apresentadora.

Em 1993, foi  para a Rede Record de Televisão para apresentar todas as sextas-feiras o programa "Sula Miranda Show", no qual ela apresentava um programa de variedades, com entrevistas, musicais de todos os estilos, brincadeiras e jogos.

Em 1995, Sula estreou na CNT, ela ganhou o horário nas tardes de sábado, onde apresentou o programa "Sula Show", com quadros de variedades, musicais, jogos e calouros, onde permaneceu até1996.

Transferiu-se em 1997 para a Rede Manchete de Televisão para apresentar “Sula Miranda Show”, um programa musical semanal, com grandes sucessos da atualidade e performances da artista, inspiradas nos grandes musicais, mostrando dessa forma toda a versatilidade de Sula. Paralelamente a apresentação deste programa, ela apresentava um quadro no programa "Siga Bem Caminhoneiro”, patrocinado pela Petrobrás e transmitido pelo SBT aos domingos pela manhã.

Em 2000 Sula, já na REDE TV, com o programa “ELAS,” se dedicada totalmente como apresentadora a um programa voltado especificamente ao universo feminino, onde apresentava a  esse público informações atualizadas sobre moda, culinária, decoração, saúde e  artesanato.

Em 2002, na Rede Mulher de Televisão, com programa "Ser Tão Mulher”. Também dirigido ao público feminino.

Depois de um período ausente em função de ter feito um intervalo na vida de apresentadora e dedicar-se a um projeto musical, retornou em 2004 com o programa “A Tarde é Nossa” pela rede Mulher de Televisão, um programa com visual moderno, conteúdo dinâmico, descontraído, com dicas e assuntos variados.

Sula Miranda converteu-se à religião evangélica. Havia decidido que não cantaria mais e que sairia da mídia. Porém acabou por aceitar o convite da gravadora Line Records para gravar seu primeiro CD gospel por acreditar que está atendendo a um pedido de Deus.

Atualmente tem em projeto, lançar um livro relatando toda a mudança em sua vida ocorrida em função de sua conversão. Sula é evangélica e quer dividir seu aprendizado principalmente com o público feminino.