O ano era 1997. Bandas como NOFX, No Use For a Name, Lagwagon e Bad Religion viviam o auge de suas carreiras, espalhando seu hardcore de qualidade e influenciando o estilo de vida de milhares de adolescentes no mundo inteiro. Jovens que, inspirados por uma sonoridade enérgica e repleta de atitude, sonhavam em formar suas próprias bandas, lançar discos e viajar o mundo.
Muitos fizeram disto apenas um desejo passageiro, deixado de lado logo na primeira dificuldade encontrada. Outros, não. Outros o levaram adiante, superaram obstáculos e se consolidaram como uma banda de verdade. Como foi o caso dos, então na época adolescentes, integrantes do Sugar Kane.
Depois do primeiro trabalho intitulado “Once One Day” – produzido em 2000 e cantado em inglês – e de “Por Nossa Paz” - o segundo álbum e primeiro em português, lançado em 2002 -, o Sugar Kane provou se tratar de uma banda diferente, com uma qualidade fora do comum. A prova disto foram todas as suas conquistas, resultados compensadores e surpreendentes para serem alcançados por uma banda que vivia a dura realidade da disputadíssima cena independente do Brasil.
O trabalho sério continuou e o auge veio em 2003, após o lançamento do terceiro disco chamado de “Continuidade da Máquina”, que trouxe peso, inteligência e consistência reunidos numa excelente gravação e num impecável trabalho gráfico. Graças a este álbum, o Sugar Kane obteve uma projeção nacional, e até internacional, digna de ser classificada como um fenômeno do independente.