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Amor Sem Depois

Simone de Oliveira

Meu amor, que resta deste dia?
Uma dor que já não se adia
Porque hoje eu sei de cor
O que se vai seguir depois.
Deste amor resta um copo já sem vinho,
Uma flor, fica a roupa em desalinho
O frio que foi calor, o fim que eu adivinho
Aos dois depois.
E tu sais, não voltas de certeza
E eu arrumo a louça que ficou na mesa.
O que sobra são rugas nos lençóis,
A marca do teu corpo sem depois.

Meu amor, que resta do que havia?
Este ardor que já ninguém sacia
Que nada há de pior
que o nosso dia-a-dia depois.
Este amor que ficou pelo caminho,
Deixou a vida em desalinho,
Para me recompor um copo mais de vinho
Plos dois, plos dois.
Tu partiste deixando a tristeza
Mas ficaste no retrato esquecido sobre a mesa.
O que sobra no linho dos lençóis
São as marcas deste amor sem depois.

Composição: Fernando Guerra





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