Esta última cartinha
Que escrevi linha por linha
Num retalho de ilusão
Vai fechada num desejo
Transportando um doce beijo
Que arranquei do coração
Minha mão fria de neve
Com receio ainda escreve
Essa coisa singular
É dizer-te com recato
Vejo sempre o teu retrato
Com vontade de chorar
Longe em lugares estranhos
Hás de ouvir meu adeus
E os teus olhinhos castanhos
Hão de chorar como os meus
Volta e traz teu aroma
Vem perfumar minha dor
Viverás numa redoma
No templo do nosso amor