Toda vez que um trem na curva da linha
Faz parada obrigatória na estação do peito
Aí meu coração acorda junto com as galinhas
E a saudade embarca junto pra tirar proveito
Toda vez que um trem apita lembra minha vida
Quantas vezes por amor eu quase disca rilho
Acho que eu sempre fui manteiga derretida
Esparramando poesia ao longo desses trilhos
Eta trem que vai ligeiro
Eta vida vai também
Quem chegar no amor primeiro ganha outra vida com direito ao trem
Piui!
Chock, chock, vai nos trilhos parece estribilhos lembranças também
Tá vendo aqueles pés de milho foi atrás dos milhos meu primeiro bem
Chock, chock nas veredas pra ter labaredas lenha tem que vou
Não há Maria quis fumaça e se agente cansasse de lhe dar calor
Toda vez que um trem apita conta minha história
Corro pra estação e embarco no trem da memória
Toda vez que um trem apita traz uma saudade
Daquela esquina que escondia meus primeiros beijos
Diziam todos que eu era magro de ruida de
Gostava de doce de leite, rapadura e queijo
Composição: Silvio Brito / Ademir Martins