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Filho da Corrente

Silvio Brito

Eu venho das cordilheiras e dos pantanais
Das cachoeiras, catingas e cana biais
Serras, montanhas, planaltos, estradas de terra
Mas foi preciso lutar enfim e eu vim

Eu vim trazendo nas mãos o suor do sertão
No coração a esperança de compreensão
Na minha mente a memória dos inconfidentes
Liberta com essa abem, amém
Sou filho da corrente que na vertente do rio cai
Sou sertanejo e não vejo a hora de sermos todos iguais

Eu sou a terra vermelha que o vento ventou
Sou mais um pássaro triste que o cego cegou
Desigualdade cruel da cidade que fere
Por me fazer um súdito sem rei
Eu vou levando a coragem que vai me levar
Na direção do amor que pode libertar
Mas se você não entende meu jeito, eu direi
Sou menestrel, não sou súdito, nem rei

Composição: Silvio Brito

Composição: Silvio Brito





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