×

Biografia de Silvino Neto

Filho de Ernesto Silvino e de Leonor Dutra Silvino. Cursou o primário e o secundário no Ginásio do Estado em S. Pedro, concluindo o curso com 17 anos de idade. No ano seguinte, empregou-se no escritório de café de Agnaldo Amaral. Meses depois, transferiu-se para as Casas Pernambucanas, onde permaneceu por pouco tempo, indo trabalhar para a A .W. Wessey e Cia. por um ano. Em 1938, casou-se com Naja Siqueira Campos, com quem teve um filho, também tornaria comediante, Paulo Ricardo Campos Silvino, que lhe deu um neto, também ator. O casal separou-se no ano seguinte. Em 1950, candidatou-se a vereador pelo antigo Distrito Federal, tendo sido eleito como o mais votado.

Em 1931, estreou como cantor de tangos na Rádio Educadora Paulista, cujo locutor era Celso Guimarães. Atuou em diversas emissoras, utilizando sempre o pseudônimo de Pablo Gonzales. Por essa época, teve sua primeira música gravada, a marcha "Good-bye, meu bem!...", na Arte-Fone pela cantora Raquel de Freitas. No ano seguinte, a conselho do compositor Marcelo Tupinambá, passou a cantar música brasileira. Em 1934, cantou com as orquestras de Osvaldo Borbo, Gaó, Martinez Grau e Eduardo Patané. Nesse ano, formou com Alvarenga e Ranchinho o trio "Os mosqueteiros da garoa" e teve a marcha "Lá no céu" gravada por Carlos Galhardo na Columbia, além da valsa "Nada tão belo como o nosso amor", lançada pela cantora Maria Branca, na Victor. Em 1935, sua marcha "A lua também quer brincar" foi gravada por Sônia Carvalho na Victor.

Em 1936, teve as marchas "Margarida está no castelo" e "Não há de que", e o samba "Até a lua chorou", gravadas pelo Grupo X, na Columbia. Nesse ano, interrompeu sua carreira de cantor romântico, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde chegou em 1937, gravando no mesmo ano seu primeiro disco pela Columbia, cantando em dueto com Lamartine Babo a marcha "Já tirei meu chapéu", de Lamartine Babo. Nesse ano, teve o samba "Amanhã tem mais", parceria com o maestro Lírio Panicali, e a marcha "Gorro de meia", gravadas pela cantora Laís Marival, bem como a marcha "Moreninha preferida", com Pedrinho Romano, e o samba "Ela!", gravadas pelo cantor Ivo Sales, a marcha "Batalhão do amor", com Roberto Splendore, gravada por Raul Torres, além da valsa "Enquanto o luar está contente", com P. Romano e o fox-trot "Não posso mais te dizer adeus", gravadas por Nuno Roland, todas na Columbia. Teve ainda, a marcha "Linda Veneza", com Plínio Bretas, lançada pela dupla Alvarenga e Ranchinho na Odeon. O samba "Pra lá de lá", e a marcha "Nem Lalá nem Lelé", com Roberto Splendore, foram lançados pelo Grupo X, também na Columbia.

Aconselhado por Oduvaldo Cozzi, então diretor da Rádio Nacional, desistiu do canto, passando a dedicar-se ao humorismo e a composição. Como humorista, estreou em janeiro de 1938 na Rádio Nacional, apresentado como "o humorista de São Paulo". Nesta noite, fez imitações de Arnaldo Pescuma, Carlos Galhardo e Lamartine Babo, sendo este seu grande destaque. Em 1939, passou a lançar discos pela Victor, gravando com acompanhamento de regional as marchas "Senhorita Pimpinela", de sua autoria e Paulo Barbosa, e "Farolito no salão", de sua autoria. No mesmo ano, sua "Valsa dos namorados", foi gravada por Francisco Alves na Odeon; a marcha "Cidade brinquedo", com Plínio Bretas, e a valsa "Que importa para nós dois a despedida", foram gravadas por Orlando Silva, na Victor, e a marcha "Laranja seleta", com Paulo Barbosa, foi lançada por Carlos Galhardo, também na Victor. Fez sucesso no carnaval de 1939, com a marcha "Eu não te dou a chupeta", parceria com Plínio Bretas, gravada na Columbia pelas Irmãs Pagãs, e regravada logo depois por Gaó e sua orquestra. Para o carnaval do ano seguinte, gravou o samba "Entrou areia" e a marcha "Também tem disso", de sua autoria. Também em 1940, gravou as marchas "Tarantela do meu coração", de sua autoria, Muraro e Naja, e "Grito das selvas", de Wilson Batista e Augusto Garcez. Por essa época, conquistou grande popularidade com programas humorísticos, como a "Pensão Pimpinela", no ar até 1942, e "Aventuras da Pimpinela", até 1944.

Em 1941, gravou a batucada "Uma, duas e três", de José Gonçalves e Germano Augusto, e a marcha "Palhaço Serafim", de Nássara e Frazão. Em 1943, lançou as marchas "A pensão do Pimpinela", de André Gargalhada e Cristóvão de Alencar, e "Boa boca", de Ismael Silva. Nesse ano, teve o fox-canção "Não terminei tua canção" gravado por Orlando Silva na Odeon. Com o fim do Estado Novo, criou um programa chamado Futebol Político, no qual imitava Getúlio Vargas, Ademar de Barros, entre outros políticos. Em 1945, atuou com com Derci Gonçalves na revista "Fogo no pandeiro". Em 1947, seu samba-canção "Cinco letras que choram (Adeus)" foi lançado com grande sucesso por Francisco Alves em gravação feita na Odeon. No ano seguinte, atuou com Derci Gonçalves na revista "Confete na boca".

Em 1949, gravou na RCA Victor as marchas "Todos brincam com ioiô" e "Essa é fina". Nesse disco, utilizou no lado A o pseudônimo de "Anestésio" e no labo B, o de "Valdemar", personagens criados por ele em seus programas de Rádio. Ainda nesse ano, atuou nas revistas "Passo da girafa" com Mara Rúbia e "A borracha é nossa" com Eros Volúsia. Em 1951, sua valsa "Cartas coloridas" foi gravada por Carlos Galhardo na RCA Victor. Nesse ano, gravou pelo selo Carnaval as marchas "Mão boba", de Carvalhinho e Marino Pinto, e "Costureira", de Luiz Soberano, Jorge Abdala e Airton Amorim. Em 1952, Francisco Alves regravou na Odeon a "Valsa dos namorados".

Em 1953, teve a marcha "Buenos Aires" e o samba-canção "Te odeio" gravadas por João Dias na Odeon. Ainda nesse ano, teve o baião "Tenho um negócio para te contar" gravado por Marlene, e a marcha "Trezena de Santo Antônio", por Jorge Goulart, ambos na Continental. Também em 1953, gravou pela Copacabana a marcha "Filipeta ou Vitaleta" e o samba "Trabalhadores do Brasil", ambas de sua autoria. Ainda em 1953, voltou ao rádio, permanecendo até 1956 na Mayrink Veiga. Desde então, parou de excursionar pelo Brasil, passando a apresentar-se esporadicamente no rádio e TV.

Em 1955, teve duas composições gravadas por Orlando Silva na Odeon, a valsa-canção "Soror Maria", com Carlos Morais, e a canção "Cristo Redentor". Nesse ano, participou com sucesso das revistas "Não vou no golpe" e "Bonde do Catete". Em 1956, musicou o poema "Meus oito anos", do poeta romântico Casemiro de Abreu, dando-lhe a forma de tango, que foi gravado no mesmo ano por Carlos Galhardo na RCA Victor. Ainda em 1956, seu samba-canção "Fantasma da felicidade" foi gravado por Ângela Maria na RCA Victor, e a marcha "Noiva querida", foi lançada por Blecaute na gravadora Copacabana. Em 1958, a "Valsa dos namorados" foi regravada por Alcides Gerardi na Columbia. Suas marchas "O papai é o maior" e "Parabéns pro papai" foram gravadas pelo Clube do Guri, na Odeon, em 1959.

No início da década de 1960, gravou pelo selo Belacap as marchas "A fome é nossa"; "Ziquizira bateu" e "Meu boi não tem problema", todas de sua autoria. No mesmo período teve o samba "Amanhã chorarás por mim" gravada por Nuno Roland, e a marcha "O Rio será sempre o Rio" e o samba "Saudade da saudade", gravadas por Dircinha Batista. Em 1960, sua marcha O Rio será sempre o Rio" foi gravada na Odeon pela Banda do Corpo de Bombeiros, sendo regravada no mesmo ano por Carlos Galhardo na RCA Victor. Em 1961, teve a marcha "Cartão postal" e a valsa "Meu diploma" gravadas na Odeon pela cantora Chiquita, e Carlos Galhardo regravou na RCA Victor a "Valsa dos namorados". Em 1962, teve gravadas pela dupla Hamilton Ferreira e Castrinho as marchas "Asnésio e Leôncio", parceria com Haroldo Lobo, e "É por aqui, siô", parceria com Haroldo Lobo e Paulo Gracindo. No mesmo ano, e na mesma gravadora, Rodolfo Mayer gravou a canção "Carta à mãe distante", e Jorge Goulart a canção "Ser mãe", esta última, uma musicalização de um poema de Coelho Neto. Também em 1962, teve duas parcerias com Haroldo Lobo e Milton de Oliveira gravadas por Jorge Goulart na Continental, as marchas "Greve das mulheres" e "Entra pelo cano".

Em 1964, Francisco Petrônio regravou a "Valsa dos namorados", pela Continental. Em 1966, Miltinho gravou "Aleluia de um imenso amor" em LP na Odeon. No ano seguinte, o mesmo Miltinho gravou "História de uma roseira triste" no LP "Elza, Miltinho e o samba", lançado pela Odeon. Como compositor, teve mais de 50 composições gravadas por nomes como Francisco Alves, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Ângela Maria e Dircinha Batista, entre outros. Seus maiores sucessos foram a "Valsa dos namorados" e o samba-canção "Cinco letras que choram".