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Baita Gata

Sidney Lima

Sidney Lima
VANERA

Eu fui tocar num fandango, jamais esqueço esta data
Lá pras bandas da fronteira num tal rincão da cascata
Tinha uma prenda lindaça uma dessas meia chata
Só dançava neste baile com quem usasse gravata
Só se ouvia o comentário : - olha só que baita gata.

Que baita gata, que baita gata;
Que coisa, mais linda, mas que baita gata.

Olhou pra mim e sorriu aquela flor de mulata
Eu pensei comigo mesmo esse sorriso me mata
Um dos colegas me disse vai firme que é mamata
Era filha de chimango com mescla de maragato
Eu quisera ser um gato pra aranhar toda essa gata.

Mandaram parar o baile sem saber do que se trata
Chegou a dona da casa a velhinha Fortunata
Nos convidou pra jantar café, lingüiça e batata
E me deu um baita soluço nesta hora bem exata
E quase que me engasguei de tanto pensar na gata.

Tinha um velho nesse baile dançando de alpargata
Colocou um óculos de aumento e se pinchou na mulata
Foi aí que decidi contra todos bater chapa
Tomei conta da chinoca naquela hora exata
Deixei os outros babando e sai de braço com a gata.

Composição: Sidney Lima / Bruno Neher





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