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Biografia de Sheila

A maior expressão do rock francês, Sheila (nascida Annie Chancel em 16 de agosto de 1946, Créteil, França) foi uma cantora famosa, das décadas de 60 e 70. E uma das poucas artistas francesas a se popularizar nos Estados Unidos na "Era da Discoteca."

Ela ficou mundialmente famosa em 1963, quando interpretou a canção "L'école est finie", vendendo na época um milhão de cópias. A canção se tornou automaticamente um símbolo de rebeldia da juventude do seu país, e é até hoje seu hit mais conhecido.

Ao lado de Sylvie Vartan e France Gall, ela foi uma das divas do "yê-yê", e é a maior representante do movimento.

Quando Annie despontou no cenário musical em 1962, surgiam artistas do dia para a noite, mesmo assim ela conseguiu se manter no topo durante quase vinte anos, com exceção de uma ou outra vez que era barrada por Sylvie Vartan, France Gall ou jacqueline Taieb. Ainda hoje,no ranking da França, ela é a cantora número 1 em número de vendas, vendendo em 40 anos de carreira,70 milhões de álbuns.

Mesmo que sua carreira tivesse começado oficialmente em 1962, seu interesse pelas artes começou muito antes, quando tinha oito anos e decidiu ser bailarina. Atendendo ao pedido da filha, seus pais André e Micheline Chancel, decidiram investir na sua carreira matriculando-a numa escola de dança.Atividade que ela alternava com as aulas e o trabalho, na doceria de sua família. Sheila ia muito bem, até que um dia começou a ter problemas nas articulações e foi obrigada a abandonar o seu sonho. Neste momento, começou seu interesse pela música. A princípio, ela fazia pequenas apresentações com a colega Lydia,na cantina, depois foi convidada por uma banda para ser a vocalista do grupo chamado, "Les Guitares Brothers". O conjunto fazia shows pelo subúrbio de Paris, e foi numa dessas apresentações que foi ouvido pelo produtor Claude Carrère, que simpatizou com a banda em geral, e com a vocalista em particular.

Carrère, convidou a jovem para seguir carreira solo e assinar um contrato com sua gravadora. Ela aceitou. Mas, havia um problema, o nome da artista. Annie, era extremamente simples, e ele vislumbrava para sua pupila uma promissora carreira internacional. Nesta época Luck Blondo, lançou uma canção chamada Sheila, que fez muito sucesso. E foi então que ele pensou que este seria um nome artístico perfeito, por ser pequeno, fácil de memorizar e soar mais americano que latino. E foi assim que Annie Chancel se tornou a cantora Sheila, o ídolo de toda uma geração.

Durante toda a década de 60, ela colecionou sucessos. Suas canções, simples,eram escritas por seu empresário ou adaptadas de músicas americanas. O primeiro hit famoso, foi L'école est finie" que em 45 dias vendeu 1,5 milhão de cópias, em 1963. Depois vieram outros como, Vous les copains" em 64, "le Folklore américain" em 65 e "Bang Bang" em 66.

Em 1967, para confirmar sua popularidade foi lançada a primeira biografia da cantora. Por este período, seu penteado e visual eram imitados pelas adolescentes, e em sua homenagem foi criada uma boneca inspirada em sua figura, de nome homônimo. Contudo, como era corrente na época, a maior parte dos lucros ficavam com seu empresário. O resultado disso vai ser um rompimento com ele, vinte anos depois e um processo que foi parar nos tribunais.

A década de 70 foi lucrativa para ela. No plano financeiro houve o lançamento do hit "Les Rois Mages", em 1971. E no plano sentimental, ela conheceu aquele que seria seu futuro marido, o também cantor Ringo Willy Cat, com quem gravou a música, "Les Gondoles à Venise". Não precisa dizer que como suas outras canções, essa também foi um estouro de vendas. O romance entre os dois,a princípio, foi ocultado da imprensa. Mas,teve que ser confirmado, depois que um pararazzi exibiu uma foto deles, juntos, na revista Télé Poche. Carrère sempre cuidou muito bem da vida pública de sua protetora. Durante todo o tempo em que a empresariou nunca deixou que nenhuma notícia relacionada a sua vida pessoal estampasse as manchetes dos jornais ou das revistas. Assim todos os eventuais romances que ela teve, desde que depontou como cantora até seu casamento com Ringo em 1973, sempre foram guardados a sete chaves por duas razões: primeiro, para que a imagem dela não saturasse, e ele perdesse sua fonte de lucro. Segundo: para que ela vendesse a imagem de solteirona feminista, que podia ficar com os fãs na hora que quisesse.

Depois do matrimônio com Ringo, os dois viveram juntos mais dois anos e se divorciaram pouco tempo depois do nascimento do seu filho, Ludovic.

Em 1977, no auge do disco, Sheila, surpreende os fãs ao aderir à nova moda, e lança o álbum em inglês "Love Me Baby" que conquista toda a Europa. O êxito do single revelou a incrível capacidade da artista de se adaptar aos mais diversos estilos.Feito que sua colega, Sylvie Vartan, não conseguiu.
O seu segundo single "Singin in the rain" ela assinou como "Sheila e os B Devotion" em alusão aos três dançarinos e cantores americanos, com quem ela vai gravar até 1983, quando a "discoteca" satura.
"Spacer" foi o último disco de sucesso da artista, daí em diante ela vai mergulhar numa fase de declínio, que vai passar pela cisão com seu empresário Claude Carrère, contrato com outro produtor e, finalmente, o anúncio de sua aposentadoria em 1988.

Em 2001, foi lançado uma compilação de seus maiores sucessos, e uma ano depois ela retornou ao cenário musical com um repertório recheado de Jazz, Soul e, claro, canções dos seus tempos áureos.
O jornalista Didier Varrod a definiu assim na biografia lançada em 2003: "Sheila, cantora popular de profissão, queiramos ou não, faz parte da história da França. Teve tudo que uma artista famosa tem direito: um casamento do século, um divócio de primeira linha, uma relação cheia de conflitos com seu produtor Claude Carrère, tudo isso numa solidão visível,mas com um retorno trinfante... "