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Alma Chamamecera

Shana Muller

Minh'alma chamamecera solfeja notas em assoviu
E eu perco a noção das horas ponteando o pinho em noites de frio
Saudades da terra boa, cheiro de mato, costa de rio
É a tristeza que se achega, chaira sua faca aumentando o fio

Por que será que se parte, por quantas vezes me perguntei
Ganhei o mundão por diante buscando sonhos que inventei
É preciso andejar muito pra descobrir o que agora sei
Coisas que tinham valor, com o passar do tempo hoje já não têm

É estranho esse sentimento de amor profundo por nosso chão
Fica guardado no peito, bem lá no fundo do coração
E quando menos se espera vem desaguar na foz da emoção
Vem me sofrenando a alma e a saudade cobra recordação

O rio dos olhos se inunda, sai do seu leito campo a fora vai
Levando tudo por diante feito as enchentes do Uruguai
O verso amigo se achega pra enxugar o pranto que do rosto cai
O peito transborda mágoa e a garganta arde um sapucay

Composição: Erlon Pericles Borges Pires





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