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Biografia de Sérgio Britto

O cantor, compositor e instrumentista Sérgio Britto lançou em 2006 “Eu sou 300”, seis anos depois de seu primeiro álbum. Tempo que contribuiu para criar um vocabulário próprio mesclando a brasilidade ao pop rock, utilizando vários elementos e sons.

O álbum, produzido por parceiros musicais e amigos, foi feito em ambiente caseiro, com arranjos simples, despojados, mas muito originais. Sem perder o approach roqueiro que a banda Titãs lhe forneceu, Sérgio Britto mistura samba e soul em quase todas as canções do álbum.

"...Enquanto há músicos que preferem ser intérpretes, eu sempre fui mais ligado à composição" disse Britto.

Sérgio de Britto Álvares Affonso (Rio de Janeiro, 18 de setembro de 1959) é um músico brasileiro, integrante da banda Titãs. Único membro carioca do grupo, deixou o Rio pouco depois de nascer.

Sérgio morava em Brasíla com os irmãos Rui e Gláucia até 1964, com o golpe que instalou a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Seu pai, o deputado federal Almino Afonso, líder do PTB na Câmara e inimigo feroz da ditadura, precisou deixar o país para evitar a prisão.

Um ano depois, quando nasceu o filho caçula, Fábio, todos se exilaram, indo em direção ao Chile. Durante os nove anos de exílio forçado, Sérgio foi alfabetizado em língua espanhola.

Britto cresceu ouvindo as obras de Beethoven, Chopin e outros consagrados compositores da música clássica, que o pai escutava com frequência, porém, sonhava em ser pintor, até os 13 anos.

Com a irmã, que estudava violão, ele ouviu pela primeira vez o álbum Help, dos The Beatles e passou a se interessar por música.

Com 14 anos, voltou para o Brasil, depois do golpe militar chileno comandado por Augusto Pinochet.

Na época, teve suas primeiras aulas de piano e ouvia bandas como Yes, Emerson, Lake e Palmer, The Who, Led Zeppelin, The Beach Boys, além de vários artistas de MPB.

Com o desinteresse da irmã pela música, Sérgio começou a tocar o violão que ela havia encostado.

Pouco depois, entrou para o Colégio Equipe. Enquanto os outros futuros membros dos Titãs passavam por várias bandas e festivais, Britto compunha sozinho, em casa, dividindo-se entre a música e os textos do poeta tropicalista Torquato Neto, que se suicidara em 1972.

A obra de Torquato inspirou Britto a fazer suas primeiras músicas, como "Go Back", cuja letra foi musicada e entrou para o LP de estréia dos Titãs.

Na mesma época, fez "Os Olhos do Sol", gravada somente em 2000, quando Britto lançou seu primeiro álbum solo.

No Colégio Equipe, o tecladista conheceu Arnaldo Antunes e, juntos, passaram a fazer suas primeiras composições a quatro mãos.

Quando os Titãs se reuniram informalmente em 1981, no evento "A Idade da Pedra Jovem", Britto fez sua estréia numa banda.

O tecladista é o compositor com maior número de canções gravadas nos Titãs. Dentre elas, destacam-se "Marvin" (com o baixista e vocalista Nando Reis), "Homem Primata" (com o guitarrista Marcelo Fromer, Nando Reis e o ex-titã Ciro Pessoa), "Comida" (com Fromer e Arnaldo Antunes), "Miséria" (com Arnaldo e o também vocalista Paulo Miklos) e "Epitáfio".

Em 1994, ao lado do também vocalista Branco Mello e da baterista Roberta Parisi, Britto formou a banda Kleiderman, que lançou um único disco ("Con el Mundo a Mis Pies"), pelo selo Banguela Records, criado pelos Titãs em parceria com a WEA (o selo ainda revelaria a banda Raimundos, entre outras).

Em 2001, Britto mostrou seu trabalho pessoal no disco solo "A Minha Cara", reunindo 13 canções de sua autoria e parcerias com Marcelo Fromer (falecido no mesmo ano) e Arnaldo Antunes.

Em 2006, pela Arsenal Music (com distribuição da Universal Music), lançou seu segundo disco-solo, Eu Sou 300, cujo título é baseado em um poema homônimo de Mário de Andrade.

Britto mora em São Paulo e é casado com Raquel Garrido. Os dois têm um filho, José, nascido em 1999.