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Antes O Poço da Morte

Sérgio Bittencourt

Como no poço da morte
como no poço da morte
a gente roda e gira e gira
a gente joga tudo
a gente arrisca a vida
a gente roda e gira
rumo à terra prometida
e quando lá chegamos
já a encontramos revolvida
a terra que sempre se desejou
e que se deixa de reconhecer
no dia em que se vai p'ra lá morar

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca!
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal sorte

Como no poço da morte
como no poço da morte
a gente roda e nos ouvidos
os motores vão formando melodias
cantadas logo em coro
P'ra conjurar avarias
que os motores nunca falhem
que esta vida são dois dias
são viras e são rocks e são hinos
que a gente deixa de saber de cor
no instante que se acaba de cantar

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca!
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal sorte

Como no poço da morte
como no poço da morte
a gente gira contra ventos e marés
e tempestades e tornados
como os miúdos teimam
em ficar acordados
e lutam contra o sono
com os olhos arregalados
assim nós também p'ra lá da fadiga
giramos acordamos e dizemos:
eu tenho a morte toda p'ra dormir

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal a sorte

Como o poço da morte
como o poço da morte
a gente roda e gira e queima o tempo
e queima gasolina e queima etapas
a gente puxa o brilho
aos motociclos e nas chapas
reluzem nossos fatos
nossas botas, nossas capas
e com a certeza já de estontearmos
ligamos os motores um dia mais
E vai de roda e gira sem parar

Mas como se costuma dizer
tem que ser
porque parar, nunca
Ficar parado?
Antes o poço da morte
que tal sorte






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