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Reis De São Paulo

Selvagens À Procura De Lei

"Eu não sou rei", ele disse antes de cair
"Eu não sou rei e eu não sou por um triz
Ontem eu conheci uns caras de São Paulo
Que pensam que podem me tratar como se fossem um"

Eu quero ver aquilo que você disse que viu
Eu quero ver qual é a cor do sul do Brasil
Uma brisa de amor para os olhos
De quem passou a vida inteira apontada pro vazio

Eles sobrem depressa ao 215
Dizendo isso e aquilo, esbugalhados em esfinges
Dados viciados, discípulos de Hades
Os seus pais saem com garotas da nossa idade

Descalços os seus pés queimam no asfalto
Réus de um julgamento complacente e secundário
Se você ama as cervejas e os clichês:
Não tenha medo e não se arrependa
Mascarado ou não, não deixe cair a prenda

- Vamos embora antes que os reis cheguem aqui!

Vamos embora antes das três
A minha pele está tão negra quanto a noite manda
"Riscos e sovas", disse o burguês
Por favor, vamos embora antes que o sol se ponha
A minha pele está tão negra quanto a noite manda...

(...)

Se o passado viesse
Em acordes menores
Me atingir com um tapa
Em acordes menores

Não há noite em São Paulo
Apenas meninas e mentiras com o devido cálculo
Perdido em revés com o mundo aos seus pés
Girando a chave de um convés você está
Em São São Paulo.

Composição: Gabriel Aragão





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