Ô mulher, mulher, mulher
Veja a briga como é
Ô mulher, mulher, mulher
Veja a briga o que é que dá!
No Sitio Piriquito onde fui nascido e criado
Em São José dos Cacetes, onde eu fui batizado
Fui a primeira festa, perto de Pau Infincado
Em São José dos Cacetes, lá ninguém se aflagela
Lá o povo briga tanto, na boca de uma panela
Nem tão pouco fura o fundo, nem ofende as beira dela
Tem um tal de Zé do Fole, nasceu e criou-se lá
Em São José dos Cacetes, para o Sitio Camará
E ia pro Piriquito dançar forró e brigar
Um dia de domingo, ele saiu a passear
Era até um casamento, uma festa popular
Lá começou uma arenga, que um cabra chamou de quenga Maria Maracajá
O nego irmão da nega, disse: Eu não ligo para azar
Com um canudo de cachimbo, começou a atirar
Ele gritou no meio da briga: Eu hoje lasco a barriga, da moça que não dançar!
Ainda naquele momento, haja o pessoal chorar
Um levantou a cadeira, um empurrou o cunhá
Um falou: Pode amarrar?
Um disse: Dano-lhe a tora!
E um outro gritou de fora: Eu quero ver o rolo entrar!
O povo do Piriquito, briga mais desassombrado
Era um com um revólver, duas foices e um machado
E um sujeito no terreiro, com o cacete levantado
A velha com um velho, por dentro do bargurin
Escaparam assombrados, por detrás de um botequim
A velha deu um grito: Eu nunca vi no Piriquito, um rolo tão grosso assim!
No outro dia a velha, foi dar parte ao delegado
Seu tenente o Piriquito, agora tá acabado!
É morto pra toda banda, é sangue pra todo lado!
E o Piriquito da gente tá todo desmantelado!
O delegado disse a ela: Eu não pude entender
O que a senhora falou, não sei lhe compreender
Senhora pode ir embora, depois eu vou resolver