Salgueiro
Apresenta o Rio no cinema
Já não há mais lugar pra nos ver na passarela
Cada um é um astro que entra em cena
No maior espetáculo da tela
A Cinelândia reencontrar
A luz se apaga acende a vida
Projeta sonhos na avenida
A Terra em transe mostrou visão singular
E o tesouro de Atlântida
Foi abraçado pelo mar
Onde está? Diz aí
Carlota Joaquina veio descobrir
Na busca o bonde da Lapa Madame Satã
Pequena notável requebra até de manhã
Em um simples instante
Orfeu vence as dores em som dissonante
E as cordas do seu violão
Silenciam para o amanhecer
Brilha o sol de um dia de verão
Salta aos olhos outra dimensão
Revoada risca o céu e faz
Amigos alados canto de paz
Maneiro deu a louca em Copacabana
Vi beijo do homem na mulher aranha
E o "King-Kong" no relógio da central
Meu salgueiro o "Oscar" sempre é da academia
Toca um "Bip-Bop", furiosa bateria
Aqui tudo acaba em carnaval
O cenário é perfeito
De braços abertos sobre a Guanabara
O filme mostrou maravilhosa chanchada
Sob a direção do redentor