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Biografia de Romeu Gentil

Filho de Adolfo Scovino e de Luísa Gentile. Estudou na Escola Pública Prefeito Alvin, situada no Morro do Pinto, tendo cursado apenas até o 5º ano. Aos 12 anos, abandonou o estudo, empregando-se numa fábrica de chinelos. Desde os 16 anos dedilhava o violão, instrumento em que era autodidata. Já na época, cantava e fazia serenatas. Foi fiscal da Sbacem por um período de 22 anos.

Sua carreira artística iniciou-se em 1938, quando Arnaldo Amaral gravou sua composição "Estou sentido com você", feita em parceria com Príncipe Pretinho. Depois vieram "Que calor" com Raul Marques gravada por Patrício Teixeira em 1940. Neste mesmo ano, iniciou sua carreira como cantor apresentando-se em várias rádios, destacando-se sua participação no Programa Barbosa Júnior, da Rádio Mayrink Veiga em 1942. No mesmo ano, compôs com Joel de Almeida e Miguel Maúso o samba "Era ela...", gravado pela dupla Joel e Gaúcho.

Em 1944, a dupla Joel e Gaúcho gravou na Odeon os sambas "Hei de me vingar" e "Vou me acabar", parcerias com Carvalhinho. Em 1945, teve mais duas parcerias com Carvalhinho gravadas: as batucadas "Já tenho compromisso", por Grande Otelo e "Por causa de uma mulher", por Aracy de Almeida. Em 1948, fez sucesso com o samba canção "Jornal de ontem", parceria com Elizário Teixeira gravado por Orlando Silva na Odeon No mesmo ano, formou dupla com Paquito, com quem passou a produzir grandes sucessos carnavalescos, dentre os quais "Jacarepaguá", marcha que incluiu Marino Pinto na parceria e que foi gravada pelos Vocalistas Tropicais. Em 1949, compôs com Paquito o samba "Uma apresentação" gravado por Francisco Alves. Em 1950, novo sucesso da parceria com Paquito: a marcha "Daqui não saio", que venceu o concurso de músicas de carnaval promovido pela Prefeitura do Rio de Janeiro daquele ano gravada também pelos Vocalistas Tropicais.

Em 1951, novo sucesso carnavalesco com a marcha "Tomara que chova", parceria com Paquito gravada pelos Vocalistas Tropicais. Em 1952, Dircinha Batista gravou a marcha "Por desaforo" e o samba "Estou com Deus", parcerias com Paquito. Em 1953, "A marcha do conselho" foi gravada por Roberto Paiva na Sinter. Em 1954, teve mais composições da parceria com Paquito gravadas: a toada "Valei-me Nossa Senhora" por Roberto Paiva e o afro brasileiro "Bonde errado" por Violeta Cavalcânti na Odeon e a marcha "Todo mundo louco" por Francisco Carlos na RCA Victor. Em 1955, Emilinha Borba gravou com destaque na Continental a marcha "A água lava tudo", parceria com Paquito e Jorge Gonçalves. Essa marcha inclusive, foi escolhida por uma comissão julgadora reunida no Teatro João Caetano como uma das dez marchas mais populares daquele carnaval. Em 1957, gravou na Mocambo o primeiro de seus dois únicos discos interpretando a marcha "O Lopes perdeu a guerra", de sua autoria, Paquito e Nelson Boexi e o samba "Desconfiei", parceria com Valdir Machado. Em 1959, a marcha "O Boi da cara preta", grande sucesso popular foi gravada por Jackson do Pandeiro na Columbia. Em 1963, Isnard Simone gravou o samba "Roubei a mulher do rei", parceria com Paquito.

Em 1964, obteve grande sucesso com "Bigorrilho", parceria com Paquito e Sebastião Gomes gravada por Gracinha Miranda na Continental, inspirado em "O malhador", samba de Donga e Pixinguinha, de 1919, composição que se constituiu num grande sucesso do ano e que tem estribilho semelhante ao lundu "Isto é bom", de Xisto Bahia.