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Torturante Ironia

Rolando Boldrin

Que torturante ironia
O amor com categoria
Eu amo e não posso amar

Pois a mulher que eu adoro
Não mora aqui onde eu moro
Deixem-me então soluçar

Que mágoa neste abandono
Que ânsia perdi o sono
Vivo em tristonho cantar

Pois a canção mais aflita
É a forma que há mais bonita
Da gente poder chorar

Tu sobes este barranco
Sujando o vestido branco
Pisando as pedras do chão

Mas sem saber da verdade
Que desde lá da cidade
Tu pisas meu coração

Por ser do morro e moreno
É que eu soluço é que eu peno
Bebendo meu amargor

Por que me negam querida
Esta alegria da vida
De possuir teu amor

Que torturante ironia
O amor com categoria
Eu amo e não posso amar

Pois a mulher que eu adoro
Não mora aqui onde eu moro
Deixem-me então soluçar

Composição: Orestes Barbosa/Silvio Caldas





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