Roberto Stanganelli nasceu em Guaranésia, no estado de Minas Gerais, no dia 24 de fevereiro de 1931. Filho de Maria Vitória Villan Stanganelli e Pedro Stanganelli, Roberto foi o décimo-quarto dos quinze filhos do casal.
Roberto contava apenas 12 anos de idade e sua mãe, que era parteira, havia viajado para São Paulo/SP para assistir o parto de seu neto, que era filho de um dos 15 filhos do casal e que já morava há algum tempo na capital paulista.
Foi quando Roberto decidiu trocar sua Guaranésia natal pela capital paulista, movido por sua paixão musical. Estudou Acordeon no Conservatório Musical Brasileiro e começou também a despertar sua veia de compositor. E, no início da carreira, era conhecido carinhosamente como Rob Stan.
E foi entre 13 e 14 anos de idade que Roberto Stanganelli abraçou a Doutrina Espírita, inspirado pelo respeitadíssimo Médium Chico Xavier, por quem sempre teve profunda admiração. Desde o período da adolescência, Roberto já cultivava uma atitude sempre positiva e encarava a vida de uma forma otimista. E esse modo de pensar Roberto escreveu em diversos livros de mensagens otimistas e pensamentos positivos. Como exemplos de livros edificantes escritos por Roberto Stanganelli, podemos citar "A Bíblia do Otimismo" (Editora Tríade - ISBN - 146881), "Coragem Para viver" (Edições Culturama) e "De Vencido a Vencedor" (Editora Ícone), entre outros. "De Vencido a Vencedor" foi por sinal o seu primeiro livro publicado. Tendo de início o nome "E a Vida Continua", o livro teve seu nome modificado para o nome pelo qual o conhecemos atualmente, por sugestão de seu amigo, o compositor Diogo Mulero, o Palmeira.
Como compositor e solista de acordeon, Roberto Stanganelli estreou em disco na década de 50, com "Coração de Criança" e "Princesa Isabel", ambas de sua autoria, gravado pela CID. Além de suas primeiras interpretações, foram também suas primeiras composições gravadas.
"Coração de Criança", ganhou algum tempo depois uma letra escrita pelo Capitão Furtado, e a mesma passou a ser conhecida como "Sua Majestade a Criança".
Roberto Stanganelli teve desde o início suas composições gravadas por diversos intérpretes, dentre as quais, podemos destacar a valsa "Cidade de Santos" que foi gravada por José Béttio em 1954, a rancheira "Festa Gaúcha" e o xote "Sempre Sorrindo" foram gravadas em 1958 pelo Sexteto Guarany na gravadora Chantecler. E em 1960, José Béttio gravou seu bolero "Bis Para o Amor". José Béttio também gravou em 1961 pelo selo Sertanejo o maxixe "Tudo Certo" (Roberto Stanganelli e José Béttio). Em 1963 a quadrilha "Festa de São João" (Roberto Stanganelli e Sertãozinho) foi gravada na gravadora Caboclo por Pedro Sertanejo (que mais tarde também passou a ser produtor fonográfico).
Roberto Stanganelli foi também produtor fonográfico. Foi produção de Roberto Stanganelli as duas primeiras gravações da jovem dupla formada pelos "Irmãos Lima" (filhos do paranaense Mário Antônio Lima que também já havia cantado em dupla com João Mineiro - "Joãozinho e Marinho" - o mesmo João Mineiro que formou depois a dupla com Marciano). "Chitãozinho e Xororó" (Serrinha e Athos Campos) e "Moreninha Linda" (Tonico, Priminho e Maninho) foram gravadas por José Lima Sobrinho e Durval de Lima, que ainda possuiam vozes infantis e bem afinadas e, na gravação, podemos também ouvir no refrão, um coro no qual participaram Athos Campos e o Capitão Furtado. José e Durval, inicialmente os "Irmãos Lima", receberam e aproveitaram a sugestão de adotar para a dupla um nome mais caipira e hoje eles "Chitãozinho e Xororó".
Roberto Stanganelli é autor de inúmeras composições nos mais diversos rítmos tais como valsas, choros, polcas, boleros, sambas, arrasta-pés, toadas, etc. E, também compôs diversas obras-primas em parceria com Ariowaldo Pires, Paulo Barreiros, Francisco Barreto, Belmiro, Sulino, Martins Neto, Hélio Cavanaghi, Tonico, Rodolfo Vila, entre outros. São mais de 2000 composições, gravadas por grandes intérpretes, tais como Tonico e Tinoco, Silveira e Silveirinha, Belmiro e Bueno, Caçula e Marinheiro, Sulino e Marrueiro, Irmãs Galvão, Cascatinha e Inhana, Charanga e Chará, além do próprio Roberto Stanganelli, solando suas próprias composições no acordeon. E muitas de suas composições ainda permanecem inéditas.
Roberto Stanganelli faleceu aos 79 anos de idade, no dia 24 de setembro de 2010, na capital paulista, onde residia há vários anos.