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No Bailão da Catacumba

Roberto Martins

Bem lá no meio do nada, perto de coisa nenhuma
Donde o “chinedo” se apruma pro alvoroço da peonada
Uma gaita pianada com mofo na baixaria
Resmunga até clarear o dia pra o bailão da gauchada

No costado do salão se erguia a tal catacumba
Que noite afora retumba o gaguejar da cordeona
O defunto uma dona descança ao som do pandeiro
No velho embalo campeiro de bailar co´as querendonas

O baile corria solto e as normas junto ao balcão
Não tá livre de carão quem chegá de atravessado
É pra bailar separado em respeito a falecida
A canha só destorcida num guaraná bem gelado

Fica um retoço dos "bueno"
Quando a cordeona retumba
E o chinaredo se assanha
No bailão da catacumba

Numa prosa ao pé do ouvido de uma guria da zona
Vinha o viúvo da dona numa marchita valseada
A carcaça cambaleava e encordoava o meneio
Sempre no mesmo floreio de uma vaneira largada

No final do rebuliço um namoro de campanha
Meia boteja de canha pra galopear no caminho
Um resmungo de carinho bem no cogote da prenda
O resto deus nos defenda "vamo ajeitá" despacinho






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