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Extraviado

Roberto Martins

Sem outro destino que andar e cruzar
Eu sou peregrino de nenhum lugar
Meu rumo conduz pra onde não sei
Atrás de uma luz que eu mesmo apaguei

Meu verso bagual destapa horizontes
Na busca da fonte de um canto inicial
E a musa campeira que dorme em meus braços
Se acorda aos chispaços da estrela boieira

Não tenho mais nada, nem rancho, nem china
Meu rumo termina no lombo da estrada
E só o que me resta é um flete reiúno
Gateado lobuno, estrela na testa
Repecho e lançante que a lei determina
A geada na crina e as mágoas por diante.






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