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O Auto da Trupe de La Mancha

Roberto Eloy

Enxugue seu pranto
Chegou tijucano
Traz da prateleira um livro encantado
A trupe celebra a sua jornada
Hoje tem marmelada

Unidos encena
O público anseia o grande ato
Mambembando eu vou
Na grande aventura
Desbravando a literatura
Sou eu o homem de La Mancha um sonhador
Aquele retirante em agonia
Querendo um bocadinho só de chuva
Pedi pra Santa em oração me abençoar
Vi o mandacaru desabrochar
Pisei o chão agreste do nordeste
Com o meu companheiro Sancho Pança

Peguei a lança
Lancei
O devorador de homem
É a fome
O sol ardente viu nascer o nosso embate
Só sei que foi assim o resto é arte

Miguel nunca imaginara
Que nessa terra a Dulcinéia do sertão
A deusa da eterna formosura
Seduziu o bravo Capitão
Toma um trago de cachaça e rastapé no lumiar do lampião
Um raio de luz atravessou a estória

O galo cantou eternizou essa memória
Desperta Quixote a sua doce Néia foi embora
É hora do aplauso encerrar
Quem disse que o palhaço nunca chora?

Composição: Roberto Eloy / Rosangela Mathos / Sérgio Nilo





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