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O Divã

Roberto E Erasmo Carlos

Relembro a casa com varanda
Muitas flores na janela
Minha mãe lá dentro dela
Me dizia num sorriso, mas na lágrima uma aviso
Pra que eu tivesse cuidado
Na partida pro futuro
Eu ainda era puro
Mas num beijo disse adeus

Minha casa era modesta
Mas eu estava seguro
Não tinha medo de nada
Não tinha medo de escuro
Não temia trovoada
Meus irmão à minha volta
E meu pai sempre de volta
Trazia o suor no rosto
Nenhum dinheiro no bolso
Mas trazia esperança

Relembro bem a festa, o apito
E na multidão o grito, o sangue no linho branco
A paz de quem carregava em seus braços quem chorava
E no céu ainda olhava, encontrava esperança
De um dia tão distante, pelo menos por instantes
Encontrar a paz sonhada

Eu venho aqui, me deito e falo
Pra você que só escuta
Não entende a minha luta
Afinal de que me queixo?

São problemas superados
Mas o meu passado vive
Em tudo o que eu faço agora
Ele está no meu presente
Eu apenas desabafo confusões da minha mente

Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui






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