Você junta jazz, ciranda, funk e ijexá, e coloca no mesmo samba. Esse é o som de Roberta Espinosa.
Na infância - a carioca nascida em 86 - ouviu Tim Maia e Paulinho da Viola, influenciada pelo pai; pelos agudos afinados da mãe, os sambas gravados por Elis Regina.
Biografia
Cantora, compositora e atriz, Roberta Espinosa cursou a Escola de Música Vila Lobos no Rio de Janeiro e o Teatro Tablado durante seis anos.
Começou a cantar em peças musicais aos 16 anos. Estrelou "Raul: Metamorfose Ambulante", no Teatro Ipanema, em 2003.
Dos palcos para as rodas de samba. Participou da mais tradicional delas, comandada por Moacyr Luz no Clube Renascença, Andaraí, Zona Norte do Rio.
Ainda fez participações em shows dos grupos Casuarina, Batuque na Cozinha, Trilogia Carioca e das cantoras Ana Costa e Elisa Addor. Apresentou-se no Sofitel e Othon Palas, também no Rio, ao lado do compositor Otávio Santos (piano).
"Com uma voz que mistura graves e agudos bem postos proporcionando um timbre diferenciado nas suas interpretações", sintetizou Marcelo Eloi do Grupo Toque de Arte.
Ela é samba
Em 2006, montou seu primeiro show: voz, violão de 7 cordas, cavaquinho, flauta e percussões.
No repertório, relíquias de outros carnavais: "Devagar com a Louça" (Haroldo Barbosa/Luiz Reis), "Barracão de Zinco" (Luiz Antônio e Oldemar Magalhães), "Samba da Minha Terra" (Dorival Caymmi), "Opinião" e "Eu Sou o Samba" (ambos de Zé Kéti), entre outros.
Mas no palco de Roberta Espinosa também cabem releituras de "Olhos Coloridos" (Macau), "Feira de Mangaio" (Sivuca) e "Gostava Tanto de você" (Tim Maia).
No ano seguinte, Roberta Espinosa abriu shows de Edu Krieger, Garrafieira, Moinho da Bahia, Gafieira Carioca e Empolga às 9.
Em 2008, abriu show para a Orquestra Republicana no Circo Voador, dividiu o palco com a baiana Emanuelle Araújo e com o Arlequins do Rio – banda fundada por Roberta.
No mesmo ano, o grupo ganhou um concurso de bandas carnavalescas promovido pela Riotur. Com seu grupo se apresentou no Cinemathèque Jam Club em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Participou ainda do projeto "Quem faz samba” no Centro Cultural Justiça Federal e "Cultura na Praça", promovido pela Secretaria de Cultura de Niterói.
No Teatro Odisséia, na Lapa, estrelou o projeto "Vozes da Lapa" e no Hard Rock Café (RJ) se apresentou durante o “Quintarte”.
Roberta fez temporadas com lotação esgotada no Sacrilégio, Bar da Ladeira e Rio Scenarium. No último, foram quatro temporadas com o show "Em Estado de Samba".
Ela é Bossa Nova
Com o show "Canta na Bossa que ela é Nossa" interpreta clássicos do gênero como "Influência do Jazz" (Carlos Lyra) e "Este Teu Olhar" (Tom Jobim).
Com o repertório bossa-novista já se apresentou no Rio Scenarium e no Shopping Leblon durante evento promovido pelo canal GNT com os músicos Rodrigo de Marsillac (teclados), Miguel Couto (bateria) e Sergio Castanheira (baixo e arranjos).
Sonoridades múltiplas no álbum de estréia em 2009
Apontada como um dos talentos da nova geração da MPB, Roberta se concentra na produção do seu primeiro disco independente, com previsão de lançamento para 2009.
Ela assina seis composições: a saborosa "Desacaminhos", a suingada "Aonde está meu Rio" - em parceria com a irmã Luisa Espinosa, de dez anos - a ciranda contemporânea "Promessas" e a hipnótica "Samba que Samba".
A produção é de Dom Oliveira, músico do Batuque na Cozinha, com quem compôs em parceria "Te perdi assim" e "Vale a Pena". A última também assinada por Thais Alves.
Palco
Ampliando o horizonte da nova e moderna MPB, Roberta traz para o palco releituras de choro e samba consagrados com pitadas de soul. O improviso fica pro conta da cadência do partido alto, o repente do sambista. Seu repertório é democrático. Vai da bossa-nova ao samba-funk passando por músicas regionais numa bem sucedida fusão de sonoridades múltiplas.
Compasso binário e ritmo sincopado. A dobradinha não basta para se fazer um bom samba. É preciso manemolência, carisma e um timbre sedutor. No palco, ela mostra porque é merecedora dos elogios que vem recebendo.
Quem não gosta do samba de Roberta Espinosa bom sujeito não é. Ou é ruim da cabeça ou doente do pé.