Eu me proponho a ser aquele cara antigo,
Sem medo do perigo
Que submete a dor.

Eu me proponho a ter um lado inconseqüente,
O apóstolo demente
Teu anti-salvador.

E até me arrisco a ser teu quase-pesadelo,
Ou teu pior segredo
Só pra me rir depois.

Eu me proponho a ser o avesso do teu crime,
A bússola que oprime
Quem nunca se perdeu.

Nada me demove, só o acaso me comove
Na geografia do meu risco, não há inferno ou paraíso,
Eu mesmo chuto ou profetizo.

Me perco em formas de tentar me achar,
A prece errada que se vai quedar
Num purgatório artificial.

Meu mapa é a pista do teu amor precário,
Feito alquimia de veneno raro
Que alucina, pra não ser fatal.