Boneca de porcelana
Chamei-te um dia, a brincar
Talvez por louco me tomem
Qualquer pessoa se engana
Errei, por tal te chamar
Errar é próprio do homem
Como jóia de valia
Peça da mais rara arte
Ou coisa de estimação
Coloquei-te nesse dia
Num lugar que tinha à parte
Dentro do meu coração
Afinal, és o contrário
E eu pobre cego não via
Que és objecto comum
Peça de barro ordinário
Não passas de fantasia
Coisa sem valor algum
Mesmo assim, fico pensando
Que apenas quero viver
Para este amor que te dou
Sei que continuo errando
Errar continua a ser
Próprio do homem que sou