Mãe,
Conheces-me melhor que ninguém,
E fazes sopas tão bem,
Que alimentam qualquer um,
Mãe,
És divertida e eu também,
Dás-me roupa a cheirar bem,
E eu nunca fico em jejum,
E sempre que te digo que não há problema,
Tu dizes "leva chapéu, olha que vai valer a pena",
Eu armo-me em forte e vou "à fresca" para a rua,
Tu dizes "toma lenços, bela vida continua",
Acho que sou esperto e recuso dar ouvidos,
Depois fungo do nariz e peço-te por comprimidos,
Às vezes ignoro e teimo em ser resmungão,
E mãe é sabedora e eu não te dou atenção,
E "irrita",
Porque mãe, tem sempre razão,
"Então, ah!" - estava a ver televisão,
Já penduro do olhão...
Espera só um bocadinho,
"Hmm, já vou!", a cama fica por fazer...
Eu já desco para comer,
Mas vou bem devagarinho...
Sempre que me ralhas eu é que fico zangado,
E às vezes eu fazia melhor figura calado,
Corro em teu socorro quando não sei do que quero,
E quando tenho sete chamadas tuas
Não atendidas cai-me tudo e desespero,
No inverno faz frio de noite e és tu que me levas a botija,
Quando o pai me faz comida, fica a papa "toda rija"
Ignoro os teus conselhos e não ligo ao que dizes,
Quando me perguntas pelos tpcs é claro que ainda não os fiz,
E "irrita",
Porque mãe, sabe o que diz,
"Irrita"...
Mãe, sabe o que diz,
Não tenho culpa nenhuma,
Porque mãe há só uma
Composição: Ricardo Esteves