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Na Hora do Amargo

Renato Oliveira

Ah!Por que este rancho anda tão triste?
E esta vidinha vai tão atoa!
Só mesmo o pensamento ganha asas
E pra lá do horizonte a gente voa.

É na hora do amargo que o olhar se perde
Que se pastoreia antigos momentos
Onde a alma se veste de recordações
E serve de abrigo pra os sentimentos.

Um quero-quero quebra o silêncio
Anunciando quem nunca vai vir
E o coração despara batendo cascos
Me mostra a estrada querendo partir...

A três pêlos me olha com espanto
Que até parece estar com pena de mim
não sabe ela que a solidão machuca
E estas horas se tornam sem fim.

Pra quem sempre teve vida estradeira
Hoje só anda pelas trilhas do passado
Quando "jerveia" nestes fins de tarde
Com as lembranças a matear no seu costado.

Ah!Por que este rancho anda tão triste?
E essa vidinha da gente tão pequena
Eu só sei que é grande a saudade
A saudade que eu sinto da morena.






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