ocê talvez não conhece o veneno que as cobras têm,
Pois elas quando dá o bote balança o guizo também,
A cascavel, traiçoeira quando ela quer se vingar,
Balança o guizo contente na hora dela pegar;
A urutú é perigosa, de ruim não se manifesta
É cobra tão venenosa que traz uma cruz na testa
Jaracuçu Deus nos livre quando ele chega a picar
Deixa o sinal de seus dentes e a cicatriz no lugar;
Mas eu lhe digo a verdade, por cobra eu já fui picado;
Por cascavel, caninana e urutú este malvado;
De todas já me livrei desse veneno amargura
Existe um contra-veneno por isso tudo se cura;
Mas tem uma cobra do mato cabocla lá do sertão
Que traz veneno nos olhos e ataca no coração
Dessa uma vez fui picado, um dia só por maldade
Que ainda trago o veneno, na cicatriz da saudade
Verso Declamado por Rolando Boldrin
Já vai fazer quase um ano
Que eu deixei o meu sertão
Por um veneno do olhos
Que atingiu o meu coração
Uma cabocla do mato
Que tanto mal tem me feito
Uma olhada me deu
Foi um veneno perfeito
Esta cobra venenosa
Cobra em forma de gente
Talvez a mais perigosa
Pode matar de repente
Procurei tantos remédios
Andei por toda cidade
Mas qual o que não existe
Nada que cure a saudade
Agora vou repetir
A história mais dolorosa
Essa cabocla do mato
É a cobra mais venenosa