O cantor e compositor Raul Torres nasceu em Botucatu/SP, no dia 11 de julho de 1906. Mas foi em São Paulo que seguiu a carreira de cantor. Adotou o estilo nordestino, que fazia sucesso nos anos 20, por causa de nomes como Turunas da Mauricéia, Augusto Calheiros (conhecido como o Patativa do Norte) e Jararaca e Ratinho.
Ele atuou nas emissoras Educadora Paulista e Cruzeiro do Sul. A partir de 1945, Torres dedicou-se mais aos
programas de rádio, com isso diminuindo as gravações de disco.
Seu primeiro disco gravado foi em 1927, com uma embolada e um samba. Dentre os sucessos, Galo sem Crista. E também na Série Caipira de Cornélio Pires, no ano de 1930, com o pseudônimo Bico Doce.
Fez dupla com cantores e compositores como João Pacífico, Azulão, Nair Mesquita, Joaquim Vermelho, Nestor Amaral e Serrinha.
Com João Pacífico, os clássicos: Cabocla Tereza, Seu João Nogueira, Chico Mineiro e Trem de Ferro. Com Azulão, Jacaré no Caminhão. Com Joaquim Vermelho, A Codorninha, Sistema Americano e Caninha Verde. Com Nestor Amaral, A Morte de Um Cantador. Com Nair Mesquita, Não Zanga Comigo Não. Já com Florêncio, Apelido dos Jogadores. Com Sebastião Teixeira, Casei com a Fazendeira. E com Serrinha: Cigana, Boiada Cuiabana e Saudades de Matão.
Serrinha era sobrinho de Raul Torres e sua dupla com Torres estreou na Columbia, em 1937.
No repertório, as modas de viola Cheguei na Casa da Véia e De Terça pra Quarta-Feira, composições de Raul Torres. A moda de viola Adeus Campina da Serra, de Raul Torres e Cornélio Pires, foi o grande sucesso da dupla e se tornou um clássico da música sertaneja. A dupla durou até 1942.
Torres e Florêncio – Florêncio fez dupla com Torres. Era de família de músicos e cantadores e começou na Rádio Record. Lá ele foi aprovado cantando Casinha Pequenina. Sua dupla com Torres teve início em 1942. Foram contratados pela Odeon, onde gravaram "O Pipoqueiro" (de Raul Torres) e a moda de viola "V da Vitória" (de Raul Torres e Francisco Sanches).
Já em 1943, a dupla gravou Moça Forgazona e Que Loura Bonita, de Raul Torres e Sebastião Teixeira. Um ano depois, a moda Apelido dos Jogadores, de Raul Torres e Palmeira. E ainda a toada Vamos Plantá Algodão (de Raul Torres).
E, no mesmo ano, juntamente com o sanfoneiro Nininho, formaram o trio Os Três Batutas do Sertão. O destaque na época ficou por conta da gravação do clássico Cabocla Tereza, de João Pacífico.
Em 1945, gravaram outra música que se tornaria um clássico caipira: Moda da Mula Preta, de Raul Torres e João Pacífico. Juntos, Torres e Florêncio gravaram aproximadamente 80 discos.
Tonico e Tinoco gravaram, entre outras, Boiada Cuiabana. E Tião Carreiro e Pardinho, Mestre Carreiro.