Sorriso de Flor
Assim um dos maiores poetas contemporâneos do Brasil, Waly Dias Salomão, definiu a polifonia híbrida que reside em cada poesia musical, no pensamento refinado e acurado,do compositor, produtor e guitarrista Rafael Pondé, nos numerosos encontros que ele teve com o músico.
Desde as antigas e constantes parcerias com a família-banda-coletivo, Natiruts, este soteropolitano dá as boas vindas de sua identidade musical. Uma valorização profunda, por criadores como: Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Jorge Amado, Chico Science, Glauber Rocha entre outros, que outrora mesclaram conceitos e idéias, e souberam como poucos, universalizar e colocar o Brasil nos quatro cantos do planeta.
Em 2010, a gravadora alemã Peppermint Park contratou este talentoso frontman, Atentos a experimentação permanente mundial, algo como uma garimpagem de um “neo-originalista”, ofertam à línguagem musical, uma nova verve da organicidade baiana, atestando a verdadeira potência que a língua portuguesa se faz como vértice da voga mundial.
Muito embora, por ser ele da “Terra de todas as ondas e rochas cinematográficas”, de “Todos os Batuques” e de “Todos os Santos”, o artista converge às suas fusões sonoras, um som autoral que o legitimou no sul do Brasil e em vários lugares do mundo onde toca.
Ele timbra aos ouvidos do mundo, em 2010, o álbum de nome “Sorriso de Flor”, com a parceria do conceito ultra-sensível de Hans-Martin Buff (Produtor e engenheiro de Prince, Maxi Priest, Joss Stone entre outros artistas internacionais). Gravou suas líricas ressonantes, como: “Princesa do Cerrado”, “Sorriso de flor” (esta última que em sua versão original é uma espécie de “Baião Atômico”).
As músicas receberam novas primazias sonoras em estúdio, integrando as sete faixas do belíssimo trabalho.
O êxtase fino aos tímpanos vem com a faixa “Ela deixou o mar”, diagramando a maturação de sua carreira e a fina excelência do álbum. No Brasil, não se tem algo equivalente ao som produzido por este “Amalgaman”.
Mr. Pondé preparou para os ouvidos seletos e absolutos do mundo, um exercício da “diferocracia sonora”, debruçada com suas inspirações para quaisquer cidadãos do mundo, marítimos ou não, a um treino para o “ouvido novo”, seja em estúdio ou na *“Performance Caldo de Cana”.
Sobretudo é uma oferta a um experimento extra-sensorial da linguagem original de um “Artista in Naturalmente Brasileiro”, insuflado de criação, ousadia e talento. Por Hélio Rodrigues