Se lembra da fogueira
se lembra dos balões
se lembra dos luares, dos sertões
A roupa no varal, feriado nacional
e as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha falava de amor
Pois nunca mais cantei, maninha,
depois que ele chegou
Se lembra da jaqueira
a fruta no capim
o sonho que você contou pra mim
Os passos no porão
lembra da assombração
e das almas com perfume de jasmim
Se lembra do jardim, maninha,
coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
no chão que ele pisou
Se lembra do futuro
que a gente combinou
Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou
Mas não me deixe assim tão sozinho
a me torturar
que um dia ele vai embora, maninha
pra nunca mais voltar