Ela chegou como se fosse a primavera
Embelezando a minha tarde de verão
Trazendo um sol queimando dentro dos olhos
Me fez sorrir e balançou meu coração.
Vejo flutuando seu olhar suave e manso
Junto das águas que não se casam de andar
Em silencio vejo uma flor solta no leito
Que o rio leva para nunca mais voltar.
Como explicar a magia deste momento
Junto do rio com uma rosa entre as mãos
Uma imagem de tupãci no por do sol
E uma boca linda balbuciando uma oração
A noite desce e me abraça com seu manto
E um doce encanto chega sem dizer porque
Ouça lá longe uma saudade rio a baixo
Que vai embora nas asas de um chamamé.
Talvez um dia ou quem sabe nunca mais
Olhando o rio e ouvindo o pio da irerê
Voltes pra mim numa saudade rio acima
Voando alegre nas asas d’um chamamé.