No giro da linha boiadeira
Uma linha inteira se estende no rio
É giro de laço que faz com que o braço
Caminhe no espaço e se afunda no rio.
Não levo tarrafa, não levo espinhel
Só meia garrafa de canha com mel
Minhoca de isca e linha de mão
E o que me belisca é só solidão.
Nos remos do rumo, o rio a razão
Meu naco de fumo, meu peixe meu pago
Minha alma sozinha criou ilusão
Que o rio não caminha na linha de mão.
Espelho campeiro, da lua e do sol
És meu prisioneiro na ponta do anzol
Até que me deixe sem fome de pão
O rio é meu peixe na linha de mão.