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Paradoxos do Amor

Pedro Moutinho

Há no seu jeito inseguro
Um toque de charme puro
Que desnorteia e emudece
São coisas que não se entendem
Mas sei que muito me prendem
Dum modo que não se esquece

É como ter sempre um muro
Não ver além um futuro
Sem que por ela não passe
Pousar a mala na estrada
E ver a vida adiada
Como se alguém a levasse

As leis precisas do amor
E os predicados da dôr
Andam sempre lado a lado
Amar é ter por condão
Estar preso e dessa prisão
Não querer ser libertado

Composição: António Botto / Manuel de Almeida Fado Antigo





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