Luizinho Rosa / Pedro Bento
Toada
Aquele pretinho velho lá de Guaratinguetá
Sentindo o golpe da idade, se, força pra trabalhar
Pedia a nossa senhora para um dia libertar
Para que ele fosse livre do Sinhô e da Sinhá.
Um dia deixou a senzala fugindo da sorte ingrata
Fez seu ranchinho de palha na beira de uma cascata
A patrulha do patrão vasculharam toda a mata
Encontraram o preto velho e cortaram de chibata.
Ao passa em frente a igreja o preto fez um pedido
Tire a corrente de mim por que estou arrependido
Eu quero pedir perdão, meu erro foi ter fugido
Tornaram a bater de novo, deixaram no chão caído.
Preto velho levantou pro céu levantou a mão
Houve o grande milagre da Virgem da Conceição
Nossa Senhora do espaço, veio a sua proteção
Toda corrente de aço partiu e caiu ao chão
Na aparecida do Norte ainda tem a corrente
Lá na sala dos milagres exposta pra toda gente
Quem vê a corrente lembra os maus tratos de um patrão
Do sinhá e da Sinhá no tempo da escravidão.