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O Paletó do Boiadeiroa

Pedro Bento e Zé da estrada

Nelson Gomes e Pedro Bento
Pedro Bento e Zé da Estrada
Moda de Viola

Um peão de boiadeiro certo dia resolveu
O seu cavalo de raça na cidade ele vendeu,
Mil e quinhentos reais foi quanto ele recebeu,
Pegando aquele dinheiro
Gritou pro seus companheiros hoje quem paga sou eu.

No primeiro bar que entrou com seus amigos do lado
Gastou cinqüenta reais do dinheiro arrecadado,
No bolso do paletó o resto ficou guardado
Nesse dia ele abusou
Tanta pinga ele tomou que ficou desnorteado.

Quando voltou pra fazenda já era de madrugada,
Chegou sem o paletó não se lembrava de nada;
Não sabia onde perdeu, falou pra companheirada,
O que eu sinto mais na vida,
É uma oração da Aparecida que eu trazia bem guardada.

O paletó na estrada pelo vento era levado
Os carreiros que passavam pra não ver os bois assustado
Chuchava com o ferrão e pros barrancos era jogado
Até um andante passou
Com desprezo ele chutou o tal paletó rasgado.

O peão num belo dia por ali tornou a passar
Com surpresa ele avistou no meio de um arrozal,
Era um judas balançando num galho de cambará
Servindo de espantalho
Todo molhado de orvalho seu paletó estava lá.

Aquele paletó velho que a poeira escureceu
A pessoa que achou em seus bolso não mexeu
Estava lá todo o dinheiro e a oração que ele perdeu
Sei dizer que depois dessa
Cumprindo uma promessa nunca mais ele bebeu.






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