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Coxinilio

Pedro Bento e Zé da estrada

Bento Júlio Guedini
Toada

Enquanto eu viajava pelo sertão afora
O meu amor ficava em casa a preparar
Um novo coxinilho para a próxima viagem
Dormindo sobre a rede como era bom sonhar.
Com fios de algodão por meu amor trançado
Meu novo coxinilho ficava bem macio
Pra ser a minha cama a sombra de um coqueiro
No chão de alguma estrada, a beira de algum rio.

Coxinilho, ........ do leito de algodão,
Coxinilho , ...... venha forrar meu chão!

Me lembro de uma vez dormindo sobre ele
Na confusão do sonho me senti um rei
Com toda a criadagem rodeando o meu castelo
Eu vi que era verdade na hora que acordei.
Eu era o rei da estrada e via nas alturas
Um exército de estrelas sobre em mim marchar;
Seus raios pareciam milhares de soldados,
Batendo continência na praça do luar.

Dê um simples boiadeiro ao dono de um império
Na não existe diferença se a gente pensar bem,
O rei dá suas ordens igual a um boiadeiro
Que ao som de um berrante as ordens dá também!
Depois de uma noitada eu dobrava o coxinilho,
Por sobre o meu areio saía no estradão,
Atrás de uma boiada cantando ia embora,
Sentindo nesse hora ser o rei do sertão!






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