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Coxinilho

Pedro Bento e Zé da estrada

Enquanto eu viajava pelo sertão afora
O meu amor ficava em casa a preparar
Um novo coxinilho para a próxima viagem
Dormindo sobre ele como era bom sonhar
Com fios de algodão por meu amor trançado
Meu novo coxinilho ficava bem macio
Para ser a minha cama a sombra de um coqueiro
No chão de alguma estrada a beira de algum rio

Coxinilho, meu leito de algodão
Coxinilho, venha forrar meu chão

Me lembro de uma vez dormindo sobre ele
Na confusão de um sonho eu me senti um rei
Com toda a criadagem rodeando o meu castelo
Eu vi que era verdade na hora que acordei
Eu era o rei da estrada e via nas alturas
O exército de estrelas por sobre mim marchar
Seus raios pareciam milhares de soldados
Batendo continência na praça do luar

Coxinilho, meu leito de algodão
Coxinilho, venha forrar meu chão

De um simples boiadeiro ao dono de um império
Não existe diferença se a gente pensar bem
O rei dá a suas ordem igual a um boiadeiro
Que ao som de um berranteiro as ordens dá também
Depois de uma noitada dobrava o coxinilho
Por sobre o meu arreio saía no estradão
Atrás de uma boiada cantando ia embora
Sentindo nessa hora ser o rei do sertão

Coxinilho, meu leito de algodão
Coxinilho, venha forrar meu chão

Composição: Pedro Bento / Julio Guedini





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