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A Cigana

Pedro Bento e Zé da estrada

Joaquim Moreira
Cururu

Um ricaço fazendeiro, na mansão onde vivia
Mandou ler a sua sorte, a cigana assim dizia:
A sua querida esposa vai ter uma linda filha;
Também a sua criada, a mulher do Zacaria,
Vai ter um a garotinho e vão se casar um dia!

O homem falou nervoso: - Eu não acredito em sorte!
Eu só creio no dinheiro, nuca vi coisa mais forte.
Dinheiro tenho bastante, vou preparar o corte
Contratou um cangaceiro, foragido lá do norte -
Antes de nascer o menino, empleitou a sua morte!

O filho da empregada, nasceu forte inteligente,
O carrasco teve pena daquele pobre inocente -
Seqüestrou o menininho, mas agiu bem diferente:
Sujou a sua arma com sangue de outro vivente
E, mostrando como prova o patrão ficou contente!

Este menino cresceu, o carrasco deu cultura
Consegui vários diplomas a anéis de formaturas -
Estudando conheceu uma linda criatura
E ficou enamorado dessa bonita figura
De um dia se casarem, beijando trocaram juras!

No dia do casamento ao saírem do altar
Lá estava o pai da noiva, ocupando seu lugar.
Na igreja entrou uma velha para lhe cumprimentar
- Eu sou aquela cigana , o senhor deve lembrar -
E o noivo é o menino que o senhor mandou matar!

Composição: Joaquim M. da Silva, Pedro Bento





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