Roque Ricciardi, o Paraguassú, nasceu em 25 de maio de 1894 e faleceu em 5 de janeiro de 1976.
Filho de imigrantes italianos, nasceu e foi criado no bairro do Brás, em São Paulo.
Primeiro filho brasileiro de um casal de imigrantes italianos, nasceu no Belenzinho (tradicional bairro paulistano de imigrantes italianos), e aos 18 anos já era conhecido como "o Italianinho do Brás" e
considerado como o melhor seresteiro do bairro.
O nome Paraguassú foi sugerido por Catulo da Paixão Cearense.
Entrou para a Columbia em 1927 e vários de seus sucessos como "Madalena" tiveram o acompanhamento de Canhoto.
Quando, em 1927, havia somente seis casas de discos na cidade, Paraguassú conseguiu vender mais
de mil discos por dia de sua música "Bentevi".
Paraguassú é ainda autor de vários métodos de violão, alguns vendidos até os dias de hoje.
Aprendeu a tocar violão com um vizinho e logo se tornou um seresteiro famoso na região.
Aos 14 anos se apresentava em um café e foi convidado para participar de um espetáculo no circo Spinelli.
O primeiro cantor a atuar no Rádio paulista foi Paraguassú, em 1923, na noite da inauguração da Rádio Educadora Paulista, no Palácio das Indústrias. Foi acompanhado pelo Trio Bandeirante, integrado por Alberto marino, Ernesto Bevilacqua e Artidoro Pigati.
Na década de 20 fez gravações para a Casa Edison e ingressou em 1924 na Rádio Educadora Paulista, passando depois ao elenco da Columbia, onde trabalhou com o maestro Gaó.
No período na Columbia gravou cerca de 150 músicas. Fez sucesso cantando modinhas, serestas e toadas sertanejas, como "Luar do Sertão" (Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco), "Triste Caboclo", "Lamentos" (Catulo da Paixão Cearense), "Tristezas do Jeca" (Angelino de Oliveira). Participou da Série Caipira de Cornélio Pires, em que gravou, sob o pseudônimo Maracajá, "A Encruziada" (A. de Oliveira) e "Cantando o Aboio" (A. de Oliveira/ Cornélio Pires).
Seu último grande sucesso foi a modinha "Perdão, Emilia" (J.H. Silva/ Juca Pedaço), de 1945.
O primeiro conjunto regional a acompanhar Paraguassú, no rádio, foi o de Américo Jacomino, o inesquecível Canhoto do violão, autor das valsas “Abismo de rosas”, “Triste carnaval” e outras.
Em 1927, Paraguassú na Columbia gravou "Siá Maria" e "Sai, Tarambé". Trinta e um anos após, ao comemorar seus jubileu de ouro, ele voltou ao selo que o consagrou, pois, no mesmo estão seus maiores sucessos.
Paraguassu já se exibiu em todos os estados do Brasil, em cafés, teatros, circos, radio emissoras, etc.
"Lira do Paraguassú", "Buquê de rimas", "O cantor das noites enluaradas" e "Cancioneiro do Brasil", são quatro livros de autoria de Paraguassú (edições esgotadas)
No carnaval de 1935 Paraguassu obteve os 1º e 2º prêmios do concurso da Prefeitura de São Paulo com os sambas: “Vagabundo” e “Saberei me vingar”.
Nos últimos anos da década de 30, Paraguassú começa a perder terreno para novos estilos e novas concepções.
O samba substitui no gosto do povo as velhas valsas e modinhas, e os cantores de sucesso – como Francisco Alves, Silvio Calas e Orlando Silva – passam a superá-lo na preferência geral.
Há o detalhe, também, de que Paraguassú era artista “tipicamente paulista”.
No fim da referida década, a música popular brasileira passa a ser comandada por artistas e compositores do Rio de Janeiro, pois é então a Capital do país que se concentra o interesse pelo campo.
A partir dos anos 40, só lhe resta repetir em programas radiofônicos os velhos sucessos e manter incólume o prestígio sólido, que angariou no decorrer de três movimentadas décadas.
Em 1960, a Musicolor relançou gravações originais da Colúmbia de 1930 a 1937. Em 1969, gravou na Fermata o LP “Canção de amor”, com antigos sucessos acompanhado pelo regional de Carlinhos Mafasoli.
Em 01/07/1974 foi o convidado da edição do programa MPB Especial, com produção e direção de Fernando Faro e direção de TV de Dorival Dellias.
Como bem escreveu J. L. Ferrete, produtor e especialista em MPB: "É, sem qualquer discussão, uma das figuras mais impressionantes da música popular brasileira em todos os tempos".
O artista sempre residiu no bairro do Brás, ali veio a falecer aos 86 anos, aos 05/01/1976.