Um dos mais celebrados músicos de blues desde meados da década de 50, Otis Rush conseguiu estabelecer-se quase que a pulso, devendo às vezes à sorte e quase sempre ao talento e ao esforço a prossecução dos seus objectivos. Corria o ano de 1948 quando Rush encontrou Muddy Waters, em Chicago. A partir desse momento, o músico nascido em Filadélfia tirou todas as dúvidas quanto ao seu futuro. Em 1956 assinou o primeiro contrato discográfico com a Cobra Records, editora propriedade de Eli Toscano, em muito devido à palavra de Willie Dixon. Durante os dois anos que se seguiram, Rush gravou uma série de sucessos para o catálogo de Toscano como “My Love Will Never Die” ou “Keep On Loving Me Baby”. Contudo, passado pouco tempo, a editora Cobra foi obrigada a fechar portas, e seguiram-se então uma série de anos durante os quais Rush passou por diversos catálogos, isto apesar de conseguir êxitos mais ou menos regulares. Em 1969, na editora Cotillion, lançou o álbum “Mourning in the Morning”, um dos seus discos mais bem sucedidos. Dois anos mais tarde sofre um novo acidente de percurso quando a Capitol decide não editar “Right Place, Wrong Time”, um disco aclamado pela crítica, mas que acabou por chegar ao mercado só cinco anos mais tarde, através do catálogo da Bullfrog. Os anos 70 e 80 foram passados na sua grande maioria a fazer actuações ao vivo, e a editar os respectivos discos. Seria só em 1994, quase 16 anos depois do último álbum gravado em estúdio, que Rush haveria de conseguir algum êxito com o álbum “Ain’t Enought Comin’ In”. O disco reuniu a unanimidade da crítica e provou uma vez mais o génio do bluesman de Filadélfia. Apesar dos melhores augúrios, só mesmo o contrato assinado em 1998 com House of Blues trouxe algum êxito ao guitarrista. “Any Place I’m Going” editado ainda em 98, manteve a boa prestação de Rush perante a crítica, dando a melhor continuidade à carreira de um melhores guitarristas de blues da história.