Osvaldo Neri Santiago
26/5/1902 Recife, PE
29/8/1976 Rio de Janeiro, RJ
Biografia
Compositor. Letrista.
Filho de Ubaldo Neri Santiago e Maria do Carmo Cavalcanti Santiago, nasceu no histórico bairro do Arraial do Bom Jesus, em Recife.
Em 1928, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Por volta de 1930, colaborou assiduamente na imprensa carioca, assinando a seção "Broadcasting" em "O Malho", até 1933, ano de fechamento da revista.
Em 1932, casou-se com Heloísa de Miranda Santiago, com quem teve duas filhas. Em 1942, teve grande atuação na fundação da UBC - União Brasileira de Compositores, passando a dedicar-se às questões referentes a direito autoral. Em 1946, escreveu o livro "Aquarela do direito autoral", publicação elogiada por profissionais do assunto. Em 1950, publicou "Três acórdãos do supremo", reunindo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre direito autoral. Seis anos mais tarde, daria a lume mais uma publicação sobre o assunto, com "Proteção ao direito de autor no Brasil".
Memória da MPB
Dados Artísticos
Estreou como poeta em 1923, lançando o livro "No reino azul das estrelas". Nesse mesmo ano, fez sua primeira letra para uma música de Nelson Ferreira, cantada no Recife por Laís Areda, da Companhia Vicente Celestino, na revista "Mademoiselle Cinema". Em 1924, fundou a revista "Rua nova" que duraria até 1929.
Em 1926, lançou seu segundo livro de poesias, "Gritos do meu silêncio" e dois anos mais tarde publicou o poema "Rio rei", inspirado em motivos amazônicos. Em 1929, teve sua primeira composição gravada com "Melodia do amor", parceria com Nelson Ferreira, registrada por Alda Verona, no que seria também o primeiro disco da cantora. A canção foi feita para o filme do mesmo nome de Lupe Velez.
Em 1930, quando compôs em parceria com Eduardo Souto o "Hino a João Pessoa" (líder político recém-assassinado), estava longe de prever o sucesso que a composição iria obter. Isso ocorreu porque a revolução que aconteceu naquele momento, levou ao poder partidários de João Pessoa, que foi elevado à condição de mártir do movimento. O disco gravado por Francisco Alves foi lançado em pleno período de euforia dos vitoriosos e vendeu milhares de cópias tornando-se o grande sucesso do ano. Nesta época, escreveu melodia para um letrista que pretendia se iniciar em disco, que seria o grande Orestes Barbosa. Em 1938, estabeleceu uma parceria com Paulo Barbosa, dupla cujas composições projetaram o então iniciante Carlos Galhardo. Da parceria, destacam-se as canções "Cortina de veludo", "Madame Pompadour", "Lenda Árabe", "Torre de marfim", "Tapete persa", entre outras. Fizeram ainda grandes sucessos de carnaval, com "Lig-lig-lé", "Tirolesa", etc. Em parceria com Benedito Lacerda compôs "Querido Adão" e a marcha junina "Pedro, Antônio e João", que foi a primeira gravação de Dalva de Oliveira fora do Trio de Ouro. De sua produçao destaca-se ainda "Tudo cabe num beijo", parceria com Carolina Cardoso de Meneses. Em 1941, alcançou grande êxito com a gravação de "Eu não posso ver mulher", parceria com Roberto Roberti, registrada por Francisco Alves.
Memória da MPB
Obra
Catarina (c/ Roberto Roberti)
Cortina de veludo (c/ Paulo Barbosa)
Eu não posso ver mulher (c/ Roberto Roberti)
Há um segredo em teus cabelos (c/ Gastão Lamounier)
Italiana (c/ Paulo Barbosa e José Maria de Abreu)
Jóia falsa
Lenda árabe (c/ Paulo Barbosa)
Lig-lig-lé (c/ Paulo Barbosa)
Madame Pompadour (c/ Paulo Barbosa)
Nêga do balaio grande
O caçador de esmeraldas (c/ Humberto Pôrto)
Pedro, Antônio e João (c/ Benedito Lacerda)
Perfume de mulher bonita (c/ George Moran)
Querido Adão (c/ Benedito Lacerda)
Tirolesa (c/ Paulo Barbosa)
Tudo cabe num beijo (c/ Carolina Cardoso de Menezes)
Você tem açúcar (c/ Roberto Martins)