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Biografia de Osvaldo Nunes

Oswaldo Nunes
2/12/1930 Rio de Janeiro, RJ
18/6/1991 Rio de Janeiro, RJ

Compositor. Cantor. Não chegou a conhecer os pais e foi criado em instituições de caridade. Trabalhou como baleiro, engraxate e camelô, além de artista ambulante. Já maior de idade, enveredou pela marginalidade até que, frequentando escolas de sambas e blocos de carnaval acabou por enveredar pela carreira artística. Foi assassinado misteriosamente em seu apartamento no Rio de Janeiro.

Sua primeira composição foi o samba "Real melodia". Em 1951, seu samba "Vidas iguais", com Ciro de Souza, e o samba-canção "Estranho", com Cabeção foram gravados por Leny Eversong na Continental. Em 1955, o samba-canção "Aquele quarto", com Aníbal Campos foi gravado por Dalva de Andrade na Continental. Em 1962, gravou seu primeiro disco, pelo selo pernambucano Mocambo com os sambas "Lar vazio" e "Agradecimento", ambos de sua autoria. No mesmo ano, gravou o twist "Vem amor", parceria com Lino Roberto, e o samba "Fim", de Lino Roberto. Ainda nesse ano, e também pela Mocambo, juntamente com o Bloco Carnavalesco Bafo da Onça gravou aquele que seria seu maior sucesso, a batucada "Oba", que continuou a embalar os desfiles do bloco nas décadas seguintes e que se tornou o hino oficial do Bloco Bafo da Onça. Ainda em 1962, embalado pelo sucesso de "Oba" lançou pela Mocambo/Rozenblit um LP com o mesmo título no qual gravou composições próprias como "Alô meu bem", "Chorei... chorei...", "Lar vazio", e "Nunca mais", esta última, parceria com Ruy Borges, além de "Volta por cima", de Paulo Vanzolini, "Diário de amor", de Senô, "Gosto de você de graça" e "Zé da Conceição", de João Roberto Kelly, "Oito mulheres", de José Batista, "Faço um lê lê lê", de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, e "Fim", de Lino Roberto. Em 1963, gravou os sambas "Zé da Conceição", de João Roberto Kelly, e "Alô! Meu bem", de sua autoria. Nesse ano, seu "Samba do saci", com Lino Roberto, foi gravado por Clóvis Pereira em interpretação de órgão, e os sambas "Chorei, chorei" e "Samba do saci" foram registrados pelo Bloco Carnavalesco Bafo da Onça.

Gravou pra o carnaval de 1965, o do quarto centenário do Rio de Janeiro, as marchas "A dança da pulga", de sua autoria e Pernambuco, e "Saudações ao Rei Momo", de sua autoria. Nesse ano, fez grande sucesso com a marcha "Na onda do berimbau", de sua autoria, cujos versos diziam: "Na onda do berimbau, berimbau, quero brincar o carnaval, o carnaval/Bate com a mão, bate com o pé/Que o samba virou candomblé", que alcançaram grande aceitação popular. No carnaval de 1967, fez sucesso com a marcha "Mãe-iê", de sua autoria. Destacou-se no ano seguinte com a marcha "Voltei", e em 1969, com a marcha "Levanta a cabeça". Na segunda metade da década de 1960, apresentou-se em shows acompanhado do grupo The Pop's, com o qual gravou em 1969 o LP "Tá tudo aí" no qual interpretou as músicas "Tá tudo aí", "Você deixa", "Tamanqueiro", "Dendeca", "Doce canção", "Chorei chorei", e "Canto da sereia", todas de sua autoria, além de "Outro amor de carnaval", com Raul Borges e Humberto de Carvalho, "Cascata", com A.Marcilac, e "Mulher de malandro", com Celso Castro. Gravou também "Cateretê", de Arnoldo Silva e Odair José de Araújo, e "Guerra santa", de Mário Rossi e Cyro de Souza. Em 1970, obteve o segundo lugar no IV Festival de Músicas de Carnaval com o samba "Não me deixes", de sua autoria em parceria com Milton de Oliveira e Helton Menezes. No mesmo festival, foi finalista com o samba "A escola vai descer", com Aristóteles II.

Em 1971, sagrou-se tricampeão do Concurso Oficial de músicas de carnaval da Guanabara promovido pela Secretaria de Turismo da Guanabara, TV Tupi e jornais O Dia e A Notícia, com o samba "Saberás", parceria com R. Gerardi. No mesmo ano, lançou pela CBS o LP "Você me chamou", no qual cantou, apenas de sua autoria, a faixa "Real melodia". Interpretou também as músicas "Perambulando", com José Barbosa Filho, e "A moeda", com Franco Xavier, além de composições de outros compositores como "Você me chamou", de Rubens e Capoeira, "Ele disse que vai voltar", de Pedro Paulo, "Na beira do mar", de Gracia, "Eu gosto de ti", de Jorge Rangel, "Eu vim de longe", de Zé Pretinho da Bahia e Marco Antônio, "Zabelê", de Rossini Pinto, "A lenda do nego e a rosa", de Getúlio Côrtes e Abelardo Gomes, "Pai Oxalá, Mãe Janaina", de Robson Guimarãe e Niquinho, e "Minha Bety adorada", de Tony Nunes. Em 1978, já pela RCA Victor, lançou o LP "Ai, que vontade", no qual interpretou as músicas "Êh viola", de Joel Menezes e Noca da Portela, "Dança do bole bole", de João Roberto Kelly, "Ai, que vontade", de Dão e Beto Sem Braço, "Se você me quer", de Anezio, "Vou tomar um porre", de Jurandir Bringela e Paulinho da Mocidade, "O dono da justiça", de Marco Polo e Genaro da Bahia, e "Se você quiser voltar", de Gerson Alves e Jorginho Pessanha, além de composições suas como "Tem tem", com Celso Castro, "A dança do jongo", com Geraldo Martins, "Tim tim tim ô lê lê", com Zé Pretinho da Bahia, "Dendê na Portela", com Hilton Veneno, e "O que é que eu faço". Com mais de 40 composições gravadas, seus maiores sucessos foram os sambas "Ôba", "Virou bagunça", "Samba do saci", "Chorei chorei", "Ziriguidum do pirata", "Alô meu bem", "Lar vazio", "Nunca mais", "Catumbi agradece" e "Na onda do berimbau".