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Recuerdos da 28

Osvaldir e Carlos Magrão

De vez em quando, quando boto a mão nos cobre,
não existe china pobre nem garçom de cara feia,
eu sou de longe donde chove não goteia
não tenho medo de potro nem macho que compadreia.

Boleio a perna e vou direto pro retoço,
quanto mais quente alvoroço
muito mais me sinto afoito.
E o chinaredo que de muito me conhece
sabe que perigo desse meu facão na 28.

Remancheio no boteco ali nos trilhos
enquanto no bebedouro mato a sede do tordilho,
ouço o mugido e o barulho da cordeona
e a velha porca rapona retoçando no salão,
quem nunca falta é um índio curto e grosso
de apelido pescoço da rabona ao querendão.

Entro na sala no meio da confusão
fico meio atarantado que nem cusco em procissão
quase sempre chego assim meio com sede,
quebro o meu chapéu na testa
de beijar santo em parede.
E num relance se não vejo alguém de farda eu grito:
- Me serve um liso daquela que matou o guarda.

Guardo o trabuco empanturrado de bala meu facão,
chapéu e pala e com licença eu vou dançar,
neste fandango levo a guaica recheada
danço com a melhor china que não importo de pagar,
o meu cavalo eu deixo atado num palanque
e só não quero que ele manque
quando terminar a farra.

E a milicada sempre vem fora de hora,
mas eu saio porta a fora só quero ver quem me agarra.
Desde piazito a polícia não espero
se estoura reboldoza me tapo de quero-quero,
desde piazito a polícia eu não espero
se estoura a reboldoza me tapo de quero-quero.

Entro na sala no meio da confusão
fico meio atarantado que nem cusco em procissão
quase sempre chego assim meio com sede,
quebro o meu chapéu na testa
de beijar santo em parede.
E num relance se não vejo alguém de farda eu grito:
- Me serve um liso daquela que matou o guarda.






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