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Bugio De Campanha

Osvaldir e Carlos Magrão

João Pantaleão e Magrão
Bugio

Vem chegando o bugio da campanha estropeado da lida do dia
Trabalhou que nem boi no arado fez rodeio marcou todo o gado de lambuja ainda fez a tosquia
Domou potro solito no más, castrou touro igual um monarca
Quebrou queixo de burro mais bravo, fez proezas no lombo do diabo e por birra deixou sua marca.

Ceve a mate gaúcho, se apruma
Faça espuma na taipa do verde
Sirva logo este baita bugio
Que tá roxo de frio e babando de sede.

Recolheu trinta vacas de leite e por quebra fez toda a ordenha
Se esquivando das unhas do gato, arrancou touro alçado do mato, ainda trouxe tres metros de lenha
Quebrou sete quartas de milho e malhou umas dez de feijão
Carneou rês pra toda a peonada, fez charque, lingüiça e rabada e do sebo um tonal de sabão

Fisgou peixe no olho da fonte, fez espera pra bicho traiçoeiro
Laçou veado no meio da grota, perdeu o salto e sola da bota nas pegas de um cusco ovelheiro
Ajudou uma lebre dar cria, amoitada nas margens do rio
No arremate do mate suspira quem disser que isto tudo é mentira que duvide de um outro bugio.






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