É manhã e a primavera acende flores nos barrancos
Mesmo o sol fica mais branco nos floridos cafezais
E este velho boiadeiro um poeta das estradas
Lembra então sua boiada, coisas que não voltam mais
A saudade machucando, alma, peito e coração
Traz de volta a solidão das eternas madrugadas
E o peão de boiadeiro já vencido pela idade
Vai no lombo da saudade campear sua boiada
Ê, ê, ê, ê, ê saudade, saudade da boiada
Saudade da pousada, saudade do sertão
Ê, ê, ê, ê, ê saudade, saudade boiadeira
Saudade companheira da minha solidão
Nas estradas do meu peito a saudade boiadeira
Se juntou à companheira e velha amiga solidão
E vão juntas campeando tantas mágoas que a vida
Foi deixando escondidas dentro do meu coração
Então lembro mariana, olhos negros, traiçoeiros
A paixão do boiadeiro que tanto me fez penar
A novilha fugitiva mais arisca da manada
Que perdi numa ribada e jamais pude encontrar
Ê, ê, ê, ê, ê saudade, saudade da boiada
Saudade da pousada, saudade do sertão
Ê, ê, ê, ê, ê saudade, saudade boiadeira
Saudade companheira da minha solidão
Composição: Campos Sales / Pedro Ornellas