O dia veio nascendo e eu não dormi quase nada
No pago o vento batendo numa tabua mal pregada;
Num upa tiro as cobertas, no outro já “tou” de pé
O fogo grande desperta o galo da chaminé
Quem me olha com apreço chapéu batido na testa
Não sabe o quanto padeço quando estou longe de festa
Tiro o bafo da vidraça e dou-lhe um vistaço no campo
Este frio não foi de graça, o cerro tá todo branco
Tiro leite pelas sete e tomou um café reforçado
Por que a invernia promete alguma rês no banhado.
E assim eu passo o dia onde o fraco não se arruma
Tratando de alguma cria e tecendo foice em guachuma
Mas tenho na minha volta o vento batendo dos patos
E a cachorrada me escolta e a liberdade dos pastos